O dia amanheceu em Azeitão com rasgos de céu azul, mas aos poucos as nuvens foram ganhando terreno ao pouco azul existente, no entanto pelas 8.15 horas, novamente os três da semana passada, o Hipólito, o Fernando e o Renato, voltaram a aparecer para pedalar, o nosso amigo Mário também se fez notar pelas 4.30 da manhã com uma mensagem, que prenunciava o seu não aparecimento à hora habitual... Ai o Copus Nocturnus!... *(Ainda bem que não são todos no mesmo dia)
*Nota do editor solidário :-)
Lá arrancamos os três das "voltas airadas" na direcção do Alto da Madalena onde na Brogueira, tomamos a direcção de um trilho bastante vertical e cheio de perigosas valas que nos literalmente atirou, em atalho até à zona dos Choupos Velhos, nos Picheleiros.
Atravessado o Vale dos Picheleiros e por duas vezes a M528, rumamos ao Casal da Ribeira, subimos até à Louriceira, num trilho que para nós é um clássico, principalmente em dias frios, esta "subidinha" dá para aquecer, descemos pelo Casal da Amorena e ultrapassamos a N10-4, aqui o Renato ainda avisou em tom de brincadeira... Têm a certeza de que querem ir por aí!?
Viramos para a zona da Quinta do Teles, na direcção do casal do Serrano, e aí tivemos o nosso primeiro contacto, e que contacto... Com a lama. Neste local e a subir pedalava-mos para a esquerda, e a bicicleta ia para a direita e vice versa, tal era o desgoverno, que nos vimos obrigados a realizar o trilho quase na totalidade em péBT, e mesmo assim não foi fácil, andamos a patinar algumas centenas de metros.
Penso que tivemos azar, pois começou a chover bastante, quando subíamos a Amorena, e tenho a certeza que essa chuva veio estragar completamente o trilho, pois se não chovesse esta manhã, certamente que as condições estariam as ideais para subir neste local, ou seja, enlameado, mas com pouca lama, o que certamente faria, aquele efeito de tracção que todos os "betetistas" sabem tão bem descrever, ideal para este género de subidas mais técnicas.
Para continuar a saga, entramos no trilho do Casal do Forreta, designado "Trilho Maravilha" e com direito a placa e tudo. Pena é que, de tão identificado que está, em vários locais, qualquer dia o nome "maravilha" deixe de ter sentido, pois os rodados de motos no local já são abundantes. Aqui não posso de deixar de colocar, um à parte, que não é mais do que um ponto de vista, um comentário que não vale mais do que isso mesmo, um simples comentário.
Em relação a quem geralmente publica trilhos realizados em GPS, em determinadas páginas cuja visualização está ao alcance de todos, e de todas as consciências, ou seja, boas ou más.
Sei perfeitamente que quem os publica, faz de boa fé, querendo partilhar com outros, locais de grande beleza, e experiências maravilhosas, e sem dúvida, isso é de louvar. O problema está em quem vai utilizar e como vai utilizar esses locais, sei também de antemão, que hoje em dia, é difícil de esconder, pois estamos no século XXI, e existe muito pouco para explorar no nosso planeta, no que diz respeito a parque naturais na proximidade de áreas urbanas, no entanto e para bem dos locais que amamos, peço, um pouco de contenção a quem publica estes trilhos, quase virgens da nossa querida serra da Arrábida, pois existem muitas pessoas sem qualquer respeito por si mesmos, quanto mais pelos outros ou pela natureza.
Portanto escondam um pouco estes locais quase sagrados, levem lá amigos e ensinem-os a amar e a respeitar estes locais, mas por favor não os "ponham na montra" à mercê de pessoas sem escrúpulos.
Obrigado.
Mais uns quilos de lama à frente, e junto à ribeira da Ajuda, reparamos que o céu se apresentava com bastantes abertas em todos os locais excepto por onde nós andávamos, literalmente estava-mos com uma nuvem a descarregar chuva em cima de nós, há já algum tempo, neste local, espaço também para a minha mais recente dádiva à natureza, o tripé da máquina fotográfica, que foi visto pela ultima vez perto deste local.
Após chegada ao Lagar rumamos ao Esteval, fazendo o trilho, que engloba passagens pelos três Almelões, o de Cima o do Meio e o de Baixo, e que nos leva até à ribeira da Comenda, curiosamente nestes locais a lama deu uma trégua.
Mas ao sair-mos na Várzea da Comenda, achei que lama por lama, o melhor era continuarmos enlameados, e lá fomos nós por um "aceiro" que se encontra completamente intransitável, e que nos conduzi-o à Quinta do Viso Pequeno, após encontros imediatos, bastante prolongados e muito próximos, com a nossa amiga lama, e como as fotos em baixo demonstram, foi um tratamento completo para a pele, no que se revelou uma escolha de caminhos (à Mário), mas que originou bastantes gargalhadas aos intervenientes e muito exercício aos "biceps", já que em grande parte do percurso levamos as bicicletas às costas.
Descemos pela Tartaruga e fomos pelo Grelhal, onde ao cruzar a N10, encontramos outro CicloBeato tresmalhado, desta feita o Luís Miguel, que andava a fazer estrada, limpinho e "sequinho" ao contrário de nós, completamente "cagados" de lama até ao capacete.
Na Quinta da Rotura fomos pelo rápido e divertido trilho dos Combros, atalhamos pela Quinta de São Romão e fomos entrar na estrada N531, junto à Quinta das Amoreiras em Setúbal, que nos levou até à Baixa de Palmela, onde seguimos pela Lagartixa, até que na Quinta dos Melros e junto a Ribeira de Corva, entramos sem receios na também enlameada, Toca da Lagartixa, para completar-mos o tratamento facial.
Depois e já no asfalto do Vale de Barris pedalamos contra um vento forte que nos fez refrear um pouco a velocidade.
Ao chegarmos à Portela, que é a ligação das Serras de São Francisco com a do Louro, subimos na companhia de um enorme grupo de "betetistas", todos muito apressados e cheio de boa educação (nem à bosta "com M" nos mandaram) todos em grande azafama competitiva, e até um "inteligente" em bicicleta de estrada por ali ia, naquela enorme trupe em grande algazarra, porém viraram para o caí-de-costas, aí como o grupo era enorme e esta subida estreita, sensatamente esperei que todos realiza-sem a subida e só depois fui, ficando a observa-los, com admiração.
Então não é que nesta grande cambada de fanfarrões, e bocas de vento, só dois ou três subiram este desafio vertical montados, caso para dizer, muita parra e pouca uva, nós os CicloBeatos, subimos, como vocês devem calcular, tudinho a pedalar, provocando a admiração da enorme trupe de "campeões do mundo" cheio de estilo e de tiques de "betetistas" de elite e afins, para finalizar ainda nos disseram que estávamos um pouco sujos... Os tenrinhos!
Depois do sobe e desce invertido, entramos na N10 e tal como a semana passada, regressamos a casa pelo mesmo caminho, em jeito de matar curiosidades, posso dizer que levei cerca de 45 minutos a lavar a bicicleta e sapatos, que como devem calcular estavam repletos de barro, esta semana realizamos novamente 35 km, com 881 metros em acumulado de subidas.
Para a semana haverão mais subidas, muito mais subidas... Pois estávamos a ficar fraquinhos, fora das nossas serras.
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