Existem nove pedreiras activas na serra do Parque Natural da Arrábida. A exploração pode continuar por mais, uma centena de anos.
Ao pedalarmos pela Arrábida, observamos uma serra com um manto verde esventrado por grandes buracos, circundado a norte por anéis de betão e a sul pelo mar.
Os camiões que vão e vêm das 'crateras lunares' lançam poeira por todos os lados. São onze as pedreiras existentes no Parque Natural da Arrábida (PNA), mas só duas estão desactivadas e "em processo de recuperação", assegura o Instituto de Conservação da Natureza e da Biodiversidade (ICNB), que tutela o parque.
As pedreiras estendem-se por uma área superior a 300 campos de futebol (323 hectares) dentro da área protegida que totaliza 12.328 hectares. Quando o PNA foi criado, em 1976, ocupavam apenas metade deste espaço.
Em 2005, o Plano de Ordenamento do parque interdita novas explorações e proíbe a ampliação das existentes, mas dois anos depois o Governo aprova um decreto-lei que permite a perfuração da serra, as pedreiras podem expandir-se em profundidade mas não em área, e por tempo ilimitado.
As licenças não determinam prazos mas cotas de extracção de inertes. A longevidade de cada pedreira depende assim do ritmo de exploração que, por sua vez, depende dos interesses de mercado dos exploradores. Ou seja, podem perpetuar-se por mais uma centena de anos, admite o secretário de Estado do Ambiente: "Teoricamente podem, se extraírem muito pouco, uma vez que não há um limite de tempo".
Existe quem defenda que o facto de "estarem integradas no Parque, obriga os proprietários a planos de recuperação ambiental estritos". Porém, confessa-se: "Evidentemente que era melhor não haver ali pedreiras". Até agora foram recuperados ambientalmente 70 hectares das áreas desactivadas, metade dos quais pela Secil, que detém ali uma cimenteira e duas pedreiras.
O coração da serra é também pontilhado por núcleos urbanos e casas dispersas. Não chocam a vista, como as crateras. O Parque estende-se pelos concelhos de Setúbal, Sesimbra e Palmela, que têm aldeias e loteamentos espalhados pela Arrábida. O Plano de Ordenamento "não proíbe a construção, antes a condiciona" e nos últimos cinco anos o ICNB enviou para tribunal 12 processos de embargo por considerar nulas as licenças passadas por outras entidades.
Ninguém sabe quantas casas ilegais existem actualmente no parque da Arrábida. Em 2006 eram 38, segundo o Ministério do Ambiente e do Ordenamento do Território. Algumas foram demolidas no ano de 2010.
323 hectares do Parque Natural da Arrábida são ocupados pelas 11 pedreiras licenciadas. Duas estão desactivadas e em recuperação paisagística. As nove em laboração exploram a serra em profundidade.
Fonte: Jornal Expresso (texto de Carla Tomás, editado e adaptado por Fernando Oliveira).
Esta pedreira não está a crescer conforme o plano, e estende-se cada vez mais na largura e não na profundidade. |
Zona de contrastes. |
Paisagens digna de "sci fi" |
Árvores abatidas, certamente estariam doentes aos olhos de alguém. |
Ao longe, onde está o fumo, identifica-se o espaço da pedreira que mais se desenvolve neste momento. |
Outrora um bonito "singletrack" bastante arborizado, hoje não passa disto, será que fica por aqui!? |
O lado lunar do PNA |
Para memória futura. |
Numa tentativa de explorar trilhos para o passeio do fim do mundo, hoje completamos a segunda parte do que nos tínhamos proposto fazer nesse dia, ao que chegámos, à real conclusão, de que, na realidade a volta era mesmo do fim do mundo, pois para a realizar na integra, gastaríamos provavelmente mais de 10 horas, o que nesta época de inverno, nos levaria a pedalar de noite, mesmo que iniciasse-mos o passeio pelas 7.00, portanto achamos por bem fazer uns cortes na volta, que continuará a ser do fim do mundo, mas versão "light", talvez para o final da primavera a façamos na totalidade.
Hoje voltamos a passar por várias pedreiras que compõem o nosso Parque Natural da Arrábida, e voltámos a constatar que uma das pedreiras, continua a expandir os seus limites na horizontal (em largura), em vez do que estaria no plano de ordenamento, inicialmente acordado com o Instituto de Conservação da Natureza e da Biodiversidade (ICNB), alargamento este, aos olhos de todos os que passam por este local e observam, ao contrário de quem sabe o que se passa e deveria intervir, e simplesmente não quer olhar nem observar e vira as costas num acto de clara conivência.
No passeio de hoje não comtemplamos, a passagem por todas as
pedreiras existentes na área, porém, dá muito bem, para mostrar a quem quer
ver, o que se passa numa das mais belas zonas do mundo, que se está a tornar
cada ano que passa em vítima da ganância de uns e da cumplicidade com benefícios
de outros.
Mas nem só de coisas más foi composta a nossa expedição de hoje, deu para trilhar, novos trilhos, e pelas contas do Hipólito, foram cinco a estrear, como pontos altos, atrevo-me a classificar os dois "singletracks" , da zona do Moinho do Facho de Santana, o primeiro a descer para o Casal das Oliveiras (este a fazer lembrar o "fio-dental" em versão mini), e no regresso desde o Facho de Santana até ao caminho do Alto da Califórnia.
Porém existiram outros, nomeadamente, na Serra da Achada a passar pelo Casal dos Gatos, este em "estradão" (agora sem vegetação), e também no regresso desde o Alto da Califórnia para as Pedreiras.
Na zona da Cascata de Sesimbra na encosta do Castelo, exploramos terrenos virgens, no Monte de Palames, que nos conduziram à estrada da Assenta, e depois pela primeira vez, a subir, pelo túnel de acesso ao Zambujal, e ao complexo desportivo do ACRUTZ.
Também, ainda exploramos caminhos na Serra da Achada, que ligam o "nosso" trilho destruído (o Achado), à pedreira grande, e após um pequeno erro de calculo, descobrimos que realmente existe ligação ao trilho adjacente à pedreira (Sul), fizemos a subir e não foi fácil, devido à natureza do solo, bastante incaracterístico (cheio de pedras), porém pode-se revelar uma excelente opção a descer, mas atenção às lâminas prontas para traçar qualquer pneu.
Resolvemos não fazer outro que estava planeado, e nos levava a um dos miradores, que costumámos utilizar na Serra do Risco, devido ao adiantado da hora e aos afazeres familiares dos CicloBeatos, ainda assim realizamos 48 quilómetros, com 1073 metros, de acumulado em subidas em 5.12 horas, de tempo total com paragens.
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