VIA ALGARVIANA 2011



Como é sabido, serão nove os participantes no 3º passeio anual de aniversário do ano 2011, sendo que oito irão a pedalar e um será o nosso CicloBeato de apoio, pelo que vós passo a apresentar os futuros intérpretes desta aventura a realizar nos dias 9,10,11 e 12 de Junho, e que se irá denominar CicloBeatos na VIA ALGARVIANA 2011

Hipólito Sequeira - Nascido em Sá da Bandeira (Huila), Angola em 16 de Março de 1963, o mais experiente dos BTTistas, têm uma forma física invejável, e uma determinação sem rival, em pouco tempo atingiu o ritmo dos restantes CicloBeatos e a nível técnico é dos melhores, excelente trepador especialmente em solo irregular, um dos mais calados, mas quando fala geralmente todos concordam com o que diz, encontra-se ainda em fase de recuperação à uma operação, que o pôs várias semanas fora de combate, o que não é habitual pois é um dos mais assíduos.


Fernando Viegas - Nascido em Setúbal a 11 de Julho de 1963, têm como lema, "antes quebrar que torcer", gosta de estar bem preparado para os desafios a enfrentar, e apesar de ser um dos mais experientes, é um dos que mantêm a melhor forma física.
Devido aos seus alargados conhecimentos na matéria, é também o mecânico da expedição, além de que está sempre disposto a ajudar o seu amigo.
O ano passado contraiu uma lesão que não o deixou concluir o desafio, mas este ano isso não o apoquenta, pois é forte mentalmente e já pôs a lesão para trás das costas.


Fernando Oliveira - Nascido em Lisboa a 27 de Março de 1969, Gosta de extrapolar os limites e andar sempre a procurar novos desafios, é um explorador por excelência, o mais assíduo do grupo e também a alma dos CicloBeatos, muito mau a descer, mas a subir não gosta que lhe passem a frente e só em dias muito maus não chega primeiro aos altos, e arranja sempre forças onde outros pensam que já não existem, não percebe um "chavo" de mecânica e conta sempre com os amigos para resolver esses problemas.
É também o organizador dos passeios, o editor, escritor e fotógrafo do blogue, na logística sente-se como peixinho na água... Também não simpatiza muito com cães perto das suas rodas, mas para seu azar os bichinhos gostam mesmo é dele.


António Patronilho - Nascido em Setúbal em 9 de Fevereiro de 1970, É o CicloBeato que menos anda de bicicleta do grupo, e o que anda é na cidade, portanto pouco habituado à serra, compensa este "handicap" com o excelente companheirismo, iniciativa e simpatia, um verdadeiro "gentleman", também sabe "umas coisas" de música e já foi DJ da "nossa" discoteca favorita "A Seagull" em Galapos (Arrábida).
Nesta nossa expedição esta previsto ser o fotógrafo principal, pois prevê-se que a sua falta de treino o leve a fazer algumas etapas na carrinha... Mas nunca se sabe... As vezes existem surpresas


Mário Jesus - Nascido em Lisboa a 21 de Julho de 1970, falhou o primeiro passeio dos CicloBeatos, andou muito tempo arredado da bicicleta, mas regressou as lides, desde o ano passado e regularmente, neste momento é um dos mais assíduos, é também tecnicamente o melhor dos CicloBeatos (até parece que veio do "trial") têm-se revelado uma mais-valia para ajudar nas mais diversas tarefas de organização dos CicloBeatos, têm sempre um contacto na manga, têm como ponto menos forte o "pacing" não gere convenientemente o ritmo a pedalar tornando-se inconstante e as vezes prejudica-se nas etapas mais duras, mas é sempre o primeiro atirar-se quer a descer quer em obstáculos, têm como cognome (o Engenheiro das cancelas), pois não têm segredos para abri-las.


Flávio Henriques - Nascido em Vilvorde, Brabant, Bélgica, em 4 de Janeiro de 1975, começou a andar com os CicloBeatos há menos de um ano, no entanto já merece a "Jersey", pois já revelou ser um osso duro de roer, grande capacidade física, apesar de ter um "pouquinho" de peso a mais, encontra-se de momento a debelar com uma (cruralgia), até o nome da doença tinha de ser esquisito, é também o poliglota de serviço, pois sabe falar cerca de 6 ou serão mais? Línguas.
A sua constante boa disposição é outro dos elementos chave da sua personalidade, e é sempre bem-vinda no seio do grupo, nesta nossa dura aventura algarvia espera-se sobretudo que a lesão não o atormente, pois vamos necessitar dele.


Nuno Silva - Nascido em Vendas Novas, a 21 de Junho de 1975, É a boa disposição em pessoa, e o que melhor desce (voa) de entre todos os CicloBeatos, sempre pronto a ajudar o próximo e não medindo os riscos na hora de enfrentar os perigos, por isso é Bombeiro Sapador, apenas têm um senão... Nunca se sabe se podemos contar com ele para pedalar... (trabalha muito) "UFF! já cheira a suor"...
Foi o último a confirmar a sua presença no evento e já depois do prazo limite, se não estive-se presente era uma grande baixa, pois é daqueles que tira a camisa para... Beber umas mines pelos outros.
Sem dúvida que se não comparece-se à chamada seria uma ausência de vulto, pois a sua boa disposição e esperadas "partidas" aos colegas são sempre bem-vindas, o pior é que juntamente com o Flávio serão uma dupla altamente inflamável e explosiva, tal o "à vontade" e imaginação para brincar com os restantes colegas.





Tiago Antunes- Nascido em Lisboa em 14 de Setembro de 1980, foi o último a chegar ao grupo e também à expedição algarvia, mas já revelou grande companheirismo e espírito de entreajuda, ainda não têm grande à vontade com os restantes colegas, mas já vai entrando nas brincadeiras.
Para atacar a Via Algarviana, têm de treinar um pouco mais pois têm andado pouco ultimamente, e a via algarviana "ataca" quem está menos preparado, no entanto nada que em dois meses, que é o que falta, não se consiga pelo menos remediar.
Vai obter também a ambicionada "Jersey" dos CicloBeatos.
Uma surpresa na convocatória, mas penso que será uma boa surpresa, pois atitude não lhe falta, também se encontra a recuperar de uma queda que lhe magoou umas costelas.


José António Pombo - Nascido em Vila Fresca a 24 de Maio de 1959, é o CicloBeato de apoio, também é o mais experiente da expedição, é o nosso Anjo-da-guarda, leva-nos ao local da partida e traz-nos de regresso a casa, entretanto e só... Vai amparar-nos pelo meio das várias etapas que compõem a Via Algarviana, como homem é a tranquilidade em pessoa o que nos transmite este sentimento necessário ao sucesso do evento, teve o ano passado a primeira experiência com o GPS, mas assimilou imediatamente o seu funcionamento é esteve sempre junto de nós nos momentos difíceis, também funciona como mecânico e piloto de testes, além de que filma e conhece como ninguém a fauna local, onde quer que se encontre.


A nossa carrinha e grande apoio sem o qual não sei se conseguiria-mos realizar esta aventura, gentilmente cedida pelo Grupo Desportivo e Social da VOLVO.


Estão compostos os ingredientes para o sucesso da aventura a que nos propusemos, resta agora nestes, poucos dias que faltam para o início da nossa aventura, treinar física e mentalmente, para que tudo corra como pretendemos... ou seja outra prova superada pelos CicloBeatos.



CICLOBEATOS NA VIA ALGARVIANA

Tudo começou há cerca de um ano com o fim do nosso evento anterior o Projecto Guadiana 2010, comecei logo a pensar o que iríamos desafiar este ano, ou que limites nos proporíamos a ultrapassar, surgiu-me então a ideia de cada elemento do grupo, apresentar um projecto, num tempo limite, que iria ser sujeito a votação, e assim foi, só que até a um dia antes do inicio da votação apenas existia um projecto, ou seja... Adivinhem de quê? Claro está, tinha de ser... Só o meu, e que consistia em percorrer a Beira Baixa e entrar pelo Alto Alentejo sempre junto à fronteira, começando em Idanha-a-Nova e acabando em Elvas...



Infelizmente mais ninguém, e apesar dos ameaços de vários, se lançou ao trabalho e apresentou um projecto concorrente, mas como só existia um, e eu gosto sempre que existam opções, rapidamente comecei a pensar numa alternativa, por sorte nesse dia estava a ver a SIC notícias, quando ouvi pela primeira vez falarem, na Via Algarviana, feita por caminhantes, mas que também era possível faze-la de bicicleta, fui para casa investiguei, como gosto... E cheguei à conclusão de que era um projecto bastante viável, como tal propus a segunda alternativa, que no dia a seguir foi a votos contra o meu projecto inicial, o resultado foi assombroso, e a Via Algarviana ganhou por maioria, sete votos contra dois, estava decidido iriamos encerrar o assunto Algarve atravessando-o de lés-a-lés, mas pelos montes.


Dia 0

Quarta-feira dia 8 de Junho de 2011

Neste dia, que serviu de lançamento do projecto deste ano, denominado CicloBeatos na Via Algarviana 2011, sensivelmente até às 12.00 praticamente todos entregaram as suas montadas (bicicletas) e as bagagens, à minha guarda no café, sendo que pelas 19.00, eu (Fernando Oliveira) e o Nuno Silva, já experimentados técnicos no arrumar de bicicletas no atrelado, demos inicio à nossa especialidade, que durou apenas 10 minutos tal a pratica desta dupla para desempenhar esta complicada tarefa para outros (e não foi necessário desapertar nada extra...) deixo aqui um desabafo em tom provocatório:
Enfim! Quem sabe... Sabe.
Até a filha do Nuno arrumou as bicicletas à primeira...



Arrumadinhas como manda a sapatilha...



Pelas 20.00, que foi a hora combinada, começaram a chegar os restantes elementos, alguns ainda foram jantar ao restaurante pois ainda iriamos esperar pelo Hipólito, impossibilitado de chegar mais cedo, depois de alguns momentos de boa disposição chegou o Hipólito à nossa companhia pelas 22.00, despedimo-nos e tiramos as fotos da praxe, arruma-mos o pessoal na carrinha e eram cerca de 22.30 quando arrancamos de Vila Fresca de Azeitão, rumo a Alcoutim.


A equipe na hora da partida






Pelo caminho ainda paramos em Grândola para despejar águas e beber umas "jolas" fresquinhas que a noite estava quente e abafada, lá continuamos pela nacional fora, pois este ano decidimos poupar e não fomos pela auto-estrada, até porque a carrinha ia muito cheia e pesada, éramos nove, e não dava mais de 80km/h quando muito 90km/h a descer, por isso optamos e bem, seguir pela nacional, até porque iam dois caçadores a bordo e estavam com fé de apanhar algo...
Necessita de algo?


Os amigos são para estas "coisas"...


Boa disposição no Beato Móvel







Neste caso foi perto de Mértola que uma lebre bateu na parte inferior da carrinha, paramos de imediato e diga-se em abono da verdade que a carga ia chegando ao destino primeiro que nós, andamos pela estrada com o telemóveis a servir de lanterna que a noite estava escura como o breu, e nada, não encontramos nada pelo menos à primeira vista...

Alguém vê uma lebre por aqui?


Ou por aqui?



Então não é que após arrancarmos o "maroto" do Hipólito em tom provocatório manda a boca de que era melhor voltar atrás e procurar melhor... Ora era esta a deixa que o condutor José António, estava à espera de ouvir e à primeira hipótese de inverter a marcha... Zás... Voltou mesmo perante alguns risos e outros lamentos como... Eu não acredito!
Voltamos ao local do atropelamento do dito animal e claro está, varremos a zona com os faróis da carrinha para lá e para cá... Outro caçador o Fernando Viegas ainda saiu... Mas a Lebre já tinha ido morrer longe... Ainda houve quem disse-se que o melhor era ir para o hospital mais próximo nas urgências esperar a lebre pois com certeza, era para lá que se deslocaria.

Hehehe!!! Hehehe!!! Hehehe!!!

Foi perto das 3.00 que chegamos a Alcoutim após uma viagem bastante cansativa, pela estrada nacional, que teimava em serpentear pelos montes e serras até ao nosso ponto de destino, Alcoutim, ao chegarmos, descobrimos um largo para arrumar a carrinha e atrelado e ficaram cinco dentro da carrinha e quatro fora, deitados sobre uma lona e dentro dos sacos cama pois estava a cair uma geada bem fresquinha.
A pousada da juventude... no escuro


A pousada dos CicloBeatos


Curiosamente este espaço onde pernoitamos fica por cima da pousada de juventude, aposento, onde outros aventureiros como nós têm ficado... Mas será que valia a pena gastar 12 euros (preço por noite e por pessoa), para dormir apenas e cerca de duas horas, nós achamos que não... Se é para a aventura, é para a aventura, e pessoalmente, posso dizer que estas duas horas que dormi no chão, foram das melhores poucas horas de sono que dormi até hoje... Pois sabia que dali a escassas centenas de minutos, estaríamos envolvidos numa das melhores sensações e feitos de que certamente iriamos passar em vida... Se foi ou não, fiquem a saber proximamente, com o resumo da nossa aventura ao longo de quatro dias e que me proponho a contar neste espaço a partir de hoje, até ao resumo do dia 1.


Dia 1

Quinta-feira dia 9 de Junho de 2011


SECTOR 1

ALCOUTIM - BALURCOS


24,52 km


Subida acumulada: 531 metros


Descida acumulada:331 metros


ALDEIAS DESERTAS


A alvorada foi pelas 5.00, ou 6.00 de Espanha, pois foi curioso o facto de que durante a noite ouvíamos primeiro o sino da igreja do lado espanhol com mais uma hora e só depois o do lado português com a nossa hora, mas não pensem que foi necessário muito esforço para levantar o pessoal, pareciam "sempre em pé" tal a rapidez com que todos se levantaram, era o sinal que o bichinho aventura estava a fervilhar dentro de nós e fazia-se notar pelo "stress" de alguns participantes que se encontravam com a adrenalina a mil e qualquer coisinha mínima era motivo de "comixiçe" e alguns resmungos com quem quer que se mete-se à sua frente na azafama dos preparativos para o arranque.






Primeiro tomou-se o pequeno-almoço improvisado com bolachinhas, que calharam a matar e com sumos, leitinho e águas, depois vestiram-se os equipamentos num momento sagrado, tal e qual "toreros" antes de entrar na arena a vestir o "traje de luces", depois a montagem das rodas dianteiras nas bicicletas e respectiva verificação e lubrificação rápida, montagem do dorsal no guiador, sim porque cada qual ia identificado com o propósito da aventura e o seu nome, e nem o nosso CicloBeato de apoio, o José António Pombo, escapou à identificação, pois à frente do volante da carrinha ia identificado com o respectivo dorsal.

Azafama matinal


Prontos para a aventura

Eram 6.00 quando acabou toda esta azafama e descemos para junto do caís de Alcoutim, que é onde começa a Via Algarviana, tiradas as fotos da praxe e desta feita com a faixa a evidenciar o evento e o patrocínio a que fomos sujeitos, e por volta das 6.15 arrancamos todos, para o inicio da nossa aventura de 2011, iriamos percorrer o sector 1, da Via Algarviana.
Os CicloBeatos no Km 0 da Via Algarviana

Passamos a ponte da Ribeira de Cadaviais, um afluente do Guadiana que passa em Alcoutim, e começamos a subir o que anteriormente tínhamos descido para ir ao início do sector, sempre em asfalto passamos pelo CicloBeato de apoio e entregamos a faixa à sua guarda (o Mário Jesus, sendo o elemento mais tecnicista do grupo, tratou deste assunto), de repente e já novamente por cima da pousada e a comtemplar o Guadiana, acabou o asfalto, e aqui sim começa-mos a interiorizar que estávamos na Via Algarviana (é que aqui para nós, de asfalto quanto menos melhor...), também o facto de se nos depararem as primeiras placas sinaléticas da via, mostrando, nos que faltavam 6,6 km para o primeiro objectivo do dia... Esperem não estarão a achar pouco?

Transporte da faixa do evento



Entrega da faixa do evento ao CicloBeato de apoio


O rio Guadiana

Nascer do sol no lado espanhol

Faltavam 6,6 km para a primeira paragem

Faltavam tão poucos quilómetros, era para o café "O Tempêro" em Corte Pereiras, no qual o ano passado na última etapa do nosso projecto bebemos umas "mines" bem fresquinhas, após o belo banhinho na ribeira do Vascão, dito e feito, após estes 6,6 km, que já tínhamos palmilhado no ano transacto, mas no sentido inverso e a descer, chegamos ao café que tinha acabado de abrir e ainda tinha a máquina a aquecer, esperamos um pouco e os viciados do café (o Nuno foi um deles... Pois claro) aconchegaram o estômago, os restantes já estavam bem quentinhos, pois estes quilómetros iniciais tinham sido todos a subir, prenunciando o que iria ser o resto da Via Algarviana, para os que ainda não tinham noção de onde estavam metidos, começou a formar-se a ideia nas suas cogitações, e a via começava a sua apresentação.




Toca a subir... foi este o mote desde o inicio


O regresso ao "Tempêro"

Seguidamente e agora em território a estrear para todos os CicloBeatos, passamos pelo Monumento Megalítico, Menires do Lavajo, e entramos pelos planaltos algarvios adentro, em estradões repletos de pedras em que a técnica por vezes se sobrepõe à força, depois passamos por mais uma povoação de nome Afonso Vicente, onde não avistamos ninguém, e atravessamos a povoação pelo centro, era bem cedo é certo, mas nem vivalma, mais alguns quilómetros e atravessamos a primeira ribeira, que se encontrava com alguma água e que devido à quantidade das pedras nos obrigou a desmontar, para evitar trambolhões bem molhados pela manhã, seguidamente outra povoação deserta, Corte Tabelião, onde possamos junto a um local de devoção, e mesmo assim não apareceu ninguém, onde será que estavam metidos os habitantes destas aldeias?


Os Menires do Lavajo






Aldeia deserta...

Ou quase...




Primeira travessia de um ribeiro





Local de devoção no Corte Tabelião


Mais uma ribeira atravessada a pé, e na subida para Corte da Seda, o primeiro contratempo da viagem, saltou a corrente da bicicleta do Hipólito e prendeu-se teimando não se desprender, chamou-se o mecânico, Fernando Viegas, e assunto resolvido, podíamos continuar a avançar, novamente uma povoação deserta, desta feita, Torneiro, e após 24,52 km, bem durinhos e que nos levou a levar mais tempo do que prevíamos, devido essencialmente ao piso bastante irregular, reencontramos o nosso homem do apoio, na povoação de Casa Branca e onde está situado o fim do sector 1, Balurcos, finalmente avistamos habitantes, não sei se pelo facto de esta povoação ser maior do que as restantes, ou se foi pela hora que lá chegamos, 9.38 horas, sinceramente penso que não, até porque nestes locais a população se levanta bem cedinho para tratar dos seus afazeres, analisando friamente, penso que já não existem muitos habitantes por estas aldeias, os que existem são já de idade avançada, e os poucos que por ali habitam, de certeza que já andavam nas hortas desde muito cedo.





Marcações da Via Algarviana

Em muitos dos locais o chão era assim... e a subir então....






Primeiro contratempo

Rápidamente resolvido pelo Viegas





A desertificação aproxima-se...




Primeiro ponto de abastecimento

Estava feito o primeiro sector da Via Algarviana, em tempos totais de 3.22 horas, e a uma média de 7,3 km/h, sendo que em movimento foi realizado em 2.41 horas, e à média de 9,1km/h.




SECTOR 2

BALURCOS - FURNAZINHAS




15,85 km


Subida acumulada 262 metros


Descida acumulada 284 metros


A MAGANA DA FOUPANA


Após uma pausa de sensivelmente quinze minutos, estávamos prontos para começar a segunda etapa do nosso passeio/aventura, o António Patronilho, pouco habituado a andar de bicicleta em serras e montes, e a fazer mais de 30 km, tomou a sensata decisão de ficar a fazer companhia ao José António na carrinha, é que estes primeiros quilómetros apesar de relativa dificuldade, foram um pouco massacrantes para quem não estava bem preparado, como era o seu caso, e a nossa aventura ainda iria ter mais 13 etapas, portanto oportunidades, não iriam faltar para pedalar novamente com os amigos, salvaguardando o seu bem-estar e forma física.
Muito bem António! Reconhecer os teus limites e não pôr em risco o objectivo global, foi um sinal de grande sabedoria e de espírito de grupo, para o ano com certeza estarás muito melhor preparado e farás de certeza muitas mais etapas, onde quer que seja o desafio.

Logo no inicio, na povoação de Casa Branca houve dois enganos, a via está mal marcada e não se encontram sinais do percurso em locais bem visíveis, até encontrarmos o trilho certo demoramos uns cinco minutos, depois circulamos paralelamente a um recém-inaugurado itinerário complementar, até à povoação de Palmeira (onde havia um ponto extra nº 2, para a carrinha), onde atravessamos uma ribeira, seguidamente subimos e apareceu uma ponte para atravessar o IC27, depois descemos muito e novamente cruzamos com o IC27, desta feita por baixo de outra ponte, e que sempre a descer nos levou até à ribeira da Foupana, aqui deu-se o primeiro furo da expedição, mas ainda bem que foi ao Tiago Antunes, e digo ainda bem porque sem duvida o "No Tubes" faz milagres, o furo foi grande mas o Tiago já experiente com este tipo de situações, selou o furo com a mão e o liquido fez o resto do trabalho, vedando o furo, ainda demorou um pouquinho, mas resultou.

Pedalar paralelamente ao novo IC27





Mais uma das muitas marcas da Via Algarviana



Ponte sobre o IC27









E eis que se nos deparou outro obstáculo, a ribeira da Foupana, que certamente em outra época do ano seria muito mais complicado de ultrapassar já que o seu leito é bastante largo e com muita água, certamente seria quase impossível de transpor devido ao caudal, em relatos de outros grupos que a atravessaram, vi senhores com água pelos peitos e de bicicleta no ar a atravessar, bem mas no nosso caso o pior foi encontrar o caminho para a outra margem, já que onde nos propusemos a transpô-la o leito estava bastante seco e as pedras eram "mais que muitas", até deu para alguns exageros que poderiam ter tido maus resultados, já que na euforia da brincadeira de atirar pedras para a ribeira a fim de molhar os amigos, houve alguém com menos pontaria que ainda acertou por duas vezes em bicicletas diferentes e com enormes calhaus... Não foi Sr. Mário Jesus?... Aí se fosse na Merida!? Ainda demoramos um pouco a encontrar a via, tendo mesmo de percorrer largas centenas de metros no seu leito de momento vazio.

Por baixo do IC27, a ribeira da Foupana


Mr. Cancelas back to Mr. Tabuletas





Finalmente demos com o caminho na margem sul da ribeira

Após este obstáculo superado, apareceu-nos logo outro, desta vez foi uma parede com cerca de 20% de inclinação, para subir com cerca de um quilómetro e com muito cascalho que obrigava a que por vezes a técnica se sobrepusesse à força, num fim desta subida que contava com várias colmeias a meio para dar uma dose de adrenalina extra, cruzamos com um agricultor que exclamou ao ver-nos vencer mais este obstáculo: - "Essa magana é tramada!".

Os metros iniciais na "Magana"

Lá ao fundo era o meio da subida e as colmeias também

Visual do lado esquerdo da subida

De seguida no grupo houve logo motivo para comparações com subidas da nossa zona, e chegamos à conclusão que não existiam subidas como esta na nossa região, todas são muito mais curtas, esta era mesmo muito extensa e sem locais para descansar, foi sempre de peito no guiador pelo menos durante oitocentos (800) metros, mas uma coisa é certa foi superada, porém neste local quase que poderíamos vislumbrar um "Néon" com o dístico "Bem-vindos à Via Algarviana".

Placa em vias de extinção... recomendamos que seja substituida por "Bem-Vindos à Via Algarviana"

Passamos por Corte de São Tomé e ainda deslumbrados pela adrenalina da subida enganamo-nos e não vimos o trilho, íamos direitinhos a Corte Nova, tivemos de voltar atrás e voltar à Via Algarviana, mais uns quilómetros por sinal mais rápidos e avistamos ao fundo de um bonito vale aldeia de Furnazinhas, para os mais tecnicistas como o Mário acabou em beleza pois até teve direito a descer por umas escadas, o pior estava para chegar.

Lá em baixo... Furnazinhas


Pois achamos estranho a carrinha de apoio não se encontrar no local destinado, telefonamos e não é que os "maganos" ainda estavam em Palmeira (no tal ponto extra que referi anteriormente), e como podem ver pelo video em baixo apresentado, estavam na maior.... Pudera! Eles pensavam estar no local certo... "Ai os maganos" e o "magano" do GPS.


Em Furnazinhas, sucederam-se peripécias em catadupa, primeiro o Mário encostou a bicicleta perto de um ninho de vespas e foi picado, com muita sorte por apenas uma, o Viegas, procurando informações junto à estrada principal, deixou a roda de trás dentro da via e um automobilista, mal-humorado, embirrou com ele, olha com quem ele se foi meter, levou uma "roda" e desandou mais depressa do que chegou, para cúmulo e ao observar atentamente o mapa da Via Algarviana afixado no centro da aldeia reparei num erro, que pode causar confusão a alguém menos atento, ou seja no mapa a localidade de Furnazinhas está trocada com a de Vaqueiros, está impresso Furnazinhas a Oeste e Vaqueiros a Leste, quando deve ser o contrário, atenção responsáveis da Almargem, este é um dos aspectos a corrigir.


Erro a reparar pela almargem... este descobrimos nós.
Esta etapa tinha sido curta, mas muito mais dura que a anterior principalmente na zona da ribeira da Foupana que desgastou alguns dos participantes, estava concluído o segundo sector da Via Algarviana, com tempos totais de 2.33 horas, e a uma média de 6,2 km/h, sendo que em movimento foi realizado em 1.44 horas, e à média de 9,1km/h.

Após a etapa e sem abastecimento imediato, foi esta a moral de alguns CicloBeatos






SECTOR 3

FURNAZINHAS - VAQUEIROS




20,51 km


Subida acumulada 346 metros


Descida acumulada 308 metros


VIA RÁPIDA MASSACRANTE


Desta feita a pausa foi muito maior e rondou os 50 minutos, eu resolvi, que o melhor era acabar ali o dia de hoje, pois tinha fracturado o úmero há 45 dias e encontrava-me em recuperação, os quilómetros anteriores não tendo sido de extrema dificuldade deixaram marca, pois estive 40 dias sem treinar e acusei o desgaste, no fim do dia arrependi-me de não ter feito pelo menos mais esta etapa, acho que a tinha realizado, relativamente bem, mas o efeito psicológico da lesão levou-me a ser mais razoável do que devia e juntei-me ao José Pombo e ao António na carrinha, após passar o testemunho do GPS ao Mário, pois fiquem alerta meus amigos que a Via Algarviana sem este instrumento pode por vezes ser complicada de realizar, é que apesar de bem marcada, existem certas zonas que não o estão (poucas é certo, mas existem) e um erro equivale por vezes a vários quilómetros extra, e na Via todos os esforços inúteis são de evitar, ainda mais quando se está em grupo.
Esta etapa apesar de ter sido quase sempre feita a subir, gradualmente, mas a subir pelos típicos planaltos, algarvios, foi de menor dificuldade do que as anteriores, mas claro, não deixou de ser massacrante para quem já tinha 40 km nas pernas, e ainda por cima 40 km durinhos, a seguir a Furnazinhas uma descida a uma ribeira e depois novamente... Adivinhem!... Subir... Pois está claro!

Mais uma ribeira transposta

Subir... Subir...

...este foi sempre o mote da Via Algarvina


Com passagens pelas povoações de Monte Novo, Monte das Preguiças e Malfrades, nesta etapa deu para reparar em largos hectares de novos pinheiros mansos, que certamente daqui a uns anos trarão, pelo menos sombras a esta zona tão inóspita e desprotegida de vegetação.



Outros Srs. Tabuletas

Tiago a posar para a fotografia, sem mão...


Os pinheiros mansos... e o emplastro

Até deu para falar ao télémovel nesta rápida etapa

Não!... Não! Eu é que sou o emplastro!


Novo Pinhal de pinheiros mansos

Após 2.12 horas, e a uma média de 9,3 km/h, sendo que em movimento foi realizado em 1.54 horas, e à média de 10,7 km/h, no que se pode considerar a etapa mais rápida do dia, e que apesar de ter sido feita já com alguns quilómetros nas pernas e sempre em ascensão, bateu o recorde de andamento da anterior mesmo sendo com mais 6 km, caso para analisar e dizer, eu estava mesmo a fazer peso ao grupo.










SECTOR 4

VAQUEIROS - CACHOPO




14,82 km





Subida acumulada: 468 metros


Descida acumulada: 311 metros



SEPARAÇÃO DAS ÁGUAS






Este foi o sector da separação das águas, ou seja os que estavam preparados para a Via Algarviana e os que pouco ou nada se prepararam, desta feito eu, o Zé António e o António, ficamos a contar com a companhia do Nuno Silva, do Tiago Antunes e do Flávio Henriques na carrinha, que sem dúvida apesar de ficarem por aqui no dia de hoje, se superaram, o Nuno Silva, homem sempre ocupado com múltiplos trabalhos, há sensivelmente 3 meses que não andava de bicicleta e foi buscar forças sabe-se lá onde para fazer estes três sectores, o Tiago Antunes, apesar de ultimamente se ter esforçado bastante e treinado no duro, ainda não está ao nível dos demais, e sensatamente soube dizer: - Para mim chega por hoje! O Flávio apesar da força sobre-humana que possui (caiu dentro do caldeirão da poção mágica... em pequenino) e tentativa de se preparar o melhor possível, esteve muito tempo sem andar de bicicleta devido a lesão, e os três, não estavam preparados minimamente para a Via, e como CicloBeatos sensatos que são, deram o seu esforço por terminado no dia de hoje, por outro lado, os três que se prepararão convenientemente para este evento, o Hipólito, o Fernando Viegas e o Mário, atacaram mais esta etapa da via com "unhas e dentes", pois iriam entrar em plena serra do Caldeirão, e o "sobe e desce" seria uma constante, ficando a mercê do celebre efeito "rompe pernas" ainda mais já com cerca de 60 km, no corpo.

O nosso trio de ataque ao sobe e desce do caldeirão
Os 3 CicloBeatos que se fizeram à Via foram que nem uns leões à carne fresca, neste fim de dia, que fez parte do dia 1, tinham pela frente a pior das etapas do dia e logo após 60km, de facto eram só cerca de 15 km, mas com muito acumulado de subida para sector tão curto, quase 500 metros de acumulado em subidas, basta olharem para o gráfico do sector no início da descrição e tirar as vossas ilações.

Hipólito Sequeira

Mário Jesus

Fernando Viegas
Bela tareia que estava destinada aos nossos amigos no final de tarde, mas do grupo, eram sem dúvida os únicos preparados para isso, todos os outros que tivessem arriscado ir, tinham posto em risco a participação, pelo menos no dia seguinte, entretanto na carrinha, seguimos de Vaqueiros com destino a Cachopo, só que perto da Amoreira, e como eu "mais ou menos" tinha a percepção do percurso, pus-me a olhar para os montes, e lá bem ao fundo vislumbrei algo a mexer... Pois claro eram os nossos amigos CicloBeatos, impressionante o andamento que levavam após sessenta e tal quilómetros, pareciam um expresso, de facto os nossos rapazes foram um orgulho para nós, iam mesmo a "ripar" naquelas serras duríssimas, já tinham passado pela povoação de Monchique, iam a passsar pela Amoreira e seguidamente naquele carrosel, passariam por Aicarias de Baixo e Casas Baixas.













Seguimos para Cachopo e fomos ao encontro da dona Otília Cardeira, responsável pelo centro de descoberta do mundo rural, e com a qual eu tinha combinado a nossa estadia em Cachopo, após telefonema, fomos encontrar a senhora no quiosque "O Moinho", que nos recebeu de forma extraordinária, com direito a "cocktail" de boas vindas, onde degustamos uma bebida alcoólica caseira, que diga-se apesar do calor, soube mesmo muito bem, estávamos a pensar que iriamos pernoitar em Casas Baixas, o que não viria a acontecer, a anfitriã, reservou-nos dormida em Feiteira a 6 km de Cachopo, para onde seguimos imediatamente para tratar da descarga da carrinha e começar a preparar o jantar, pois a dona Otília prontificou-se a levar os nossos três campeões, a Feiteira assim que chegassem.

Chegada a Cachopo e ao quiosque " O Moinho"

A dona Otilia estava a nossa espera com um "cocktail" de boas vindas




Estendal no centro de acolhimento



O nosso quartel general do 1º dia

Quando chegamos a Feiteira reparamos que íamos dormir numa antiga escola primária, recuperada e tornada em centro de acolhimento, excelentemente aproveitado pela dona Otília, a casa tinha vários beliches, cozinha, sala de estar e casa de banho com muita água quente devido ao enorme reservatório existente, à volta da casa espaço era o que não faltava até aproveitamos o grelhador existente, e só não nos sentamos nos bancos de pedra porque as nossas cadeiras de plástico eram bem mais confortáveis, entretanto chegaram os nossos campeões, que acabaram a etapa em Cachopo pelas 5.25 horas, juntamente com a simpática dona Otília, que nos trouxe uns queijinhos que no dia seguinte serviram de "bucha" e um pote com mel que acabamos por deixar no local, claro que retribuímos tanta gentileza com entrega de artigos da nossa região, as tortas de Azeitão, e o moscatel de Setúbal, ao que a nossa anfitriã ficou maravilhada.



























Jantamos e preparamos as bifanas do pequeno-almoço, é que para os CicloBeatos não há nada como pedalar e a meio da manhã, comer uma bifana e beber uma mini, seguidamente arrumamos o "estaminé" e fomos beber um cafezinho, no snack-bar mais próximo (quase 1km a pé), e claro estávamos na zona do medronho, como se costuma dizer em Roma sê romano, o pessoal não se fez rogado e cumpriu a tradição... E bem! Depois fomos para a caminha e dormimos que nem uns anjinhos, pois tínhamos de acordar bem cedinho, para pedalar mais um pouquinho até São Bartolomeu de Messines.










A noite chega ao Caldeirão

Este sector 4, foi percorrido pelos nossos três bravos em 1.58 horas, e a uma média de 7,5 km/h, sendo que em movimento real, foi realizado em 1.40 horas, e à média de 8,8 km/h, notável com tamanha altimetria, apenas estiveram parados 18 minutos, faziam melhor? Se calhar faziam... Mas eles é que estiveram na Via Algarviana neste dia, para contar.





Estava percorrido o primeiro dia dos CicloBeatos na Via Algarviana 2011, e o saldo foi bastante positivo, todos se superaram, ultrapassando mesmo as suas potencialidades, e sobretudo, trabalhando como grupo, e pensando como grupo.
No dia de hoje realizamos 75,68 km, em 9.25 horas (tempo total com paragens), subimos 1597 metros e descemos 1234 metros.

Dia 2

Sexta-feira dia 10 de Junho de 2011


SECTOR 5


CACHOPO - BARRANCO DO VELHO






29,92 km


Subida acumulada: 983 metros



Descida acumulada:884 metros


OS BRAVOS DO CALDEIRÃO


Novamente alvorada pelas 5.00, com todos novamente a acordarem "cheios de pica" para mais um dia na Via Algarviana, como dormimos em Feiteira, e acabamos o sector 4 em Cachopo, tivemos de lá voltar para iniciar o próximo sector, o quinto, que iria ligar Cachopo a Barranco do Velho, sector feito na integra na serra do Caldeirão, para ser mais exacto na dura serra do Caldeirão.

Eu, sabendo o que iria ser esta etapa, bastante dura, salvaguardei novamente o meu úmero e a forma física e resolvi, só entrar em acção no sector 6, o António, tal como sabem, pouco habituado a serras e montes, também achou melhor ficar connosco, e claro, o Tiago também menos talhado para estas duras andanças, ponderou correctamente e resolveu atacar a Via, a partir da 6ª etapa, ficando-me a fazer companhia no arrumar da casa e das bagagens, já o António acompanhou o José António, na tarefa de deixar os nossos bravos em Cachopo, neste dia o Nuno e o Flávio (Que alma e força de vontade tremenda!), resolveram fazer-se à Via, numa demonstração de determinação e valentia, e só porque ambos possuem uma forma física invejável, lhes foi possível acompanhar os três heróis do sector anterior, pois para estes, a saga do Caldeirão continuou, e depois de um fim de tarde duro, nada melhor do que um inicio de manhã muito mais duro, senão vejamos, iriam ter em 30km cerca de 1000 metros de acumulado de subidas, e se no dia de ontem foi "sobe e desce"... Hoje iria ser "desce e sobe", é que se avizinhava que o sector de hoje seria, descer a várias ribeiras e subir, subir, subir e subir...


E assim foi pelas 6.45, arrancaram da aldeia de Cachopo, rumo a Barranco do Velho, mas tínhamos combinado abastece-los em Parizes que fica sensivelmente a meio da etapa, pois eles iriam necessitar de todo o apoio, moral... E claro as bifanas cuidadosamente preparadas na véspera já para não falar nas minis bem fresquinhas que até levantam um morto.

Formados e em sentido!

Nas ruas do Cachopo




O Zé António e o António regressaram a Feiteira para carregarmos a carrinha, onde estávamos, eu e o Tiago, com tudo pronto para deixarmos o nosso 1º quartel-general, e rumarmos a Parizes, digo agora e muito sinceramente, não estava à espera que a viagem de carrinha tivesse custado tanto a realizar, as subidas pelo asfalto perto da localidade de Javali eram tantas e tão íngremes que o Zé António teve de realizar várias na 1ª mudança, na carrinha comentava-se que os nossos bravos amigos deviam estar a sofrer bastante, tudo o que a nossa vista podia avistar eram montes e vales e a carrinha sempre a andar num terrível carrossel, e se na carrinha custou, imaginem agora eles nas bicicletas e a apanhar muitas das vezes solo em pedra, nós na carrinha estávamos no asfalto.


Entretanto os nosso cinco amigos que andavam no "rompe pernas", passaram por Currais, seguidamente e no meio do nada, uma habitação acastelada, sim de facto para habitar em segurança no meio destes montes só mesmo assim... E dai nunca se sabe!?


Viegas num dos raros momentos de descanso

Cuidados com o ferro...




Só com este espirito de entreajuda foi possivel superar alguns sectores


O fotografo do dia... ao contrário do outro fotografo, este aparece sempre

Castelo no meio do Caldeirão






Mais uma das duras...

Vitória no bonito cenário do Caldeirão

Nuno no ferro e no Caldeirão


Mais uma ribeira

Biking over water...

Hipólito em mais uma "Magana"



Deixa-mos rasto na via...

O caminho para as bifanas e as mines, era por ali...
Depois e após muito sobe, sobe, sobe e desce, a povoação de Castelão, depois mais sobe, sobe, sobe e sobe e desce, e sobe até Parizes, onde já nós os homens do apoio estávamos à espera, compramos o pão e fomos barranco a baixo à procura dos nossos bravos pois deviam andar por perto, metemos pés ao trilho e fomos por ali a baixo, ouvi vozes no fundo do vale e comecei a gritar, ao que fomos correspondidos com gritos dos nossos bravos, ali vinham eles novamente a subir e bem, e até à capela de Parizes foi sempre a subir para não variar, chegados ao largo/cruzamento desta localidade, os nossos amigos atacaram desta feita as bifanas como leões, o queijinho que a dona Otilia nos deu desapareceu num àpice, é que depois da sova que levaram até este ponto extra de apoio, estavam a necessitar de alimento, para continuar este sector que só acabaria 11,6 km depois.


O largo central de Parizes

A fome era negra...

O queijinho sumiu em segundos


Abastecidos de "carne" e "mines", os nossos cinco CicloBeatos, lá continuaram a luta contra a serra do Caldeirão, afinal já só faltavam 11 "quilometrozinhos" até Barranco do Velho, a seguir a Parizes, desceu-se muito, ora isto era prenúncio para... Subir muito... Pois Claro! E até fizeram uma "Magana" à mão, ou seja em Pé BT.

Destino do final do sector 5


Sobe, sobe, sobe e...

...Sobe

Desce...

Também por aqui houve Pé BT

E muita entreajuda...

o Mário andava no ninho... a tirar fotos

Lá ao fundo, no canto superior direito estavamos nós... os do apoio

De Parizes para a frente não houve passagem por mais nenhuma povoação, os cinco tiveram apenas por companhia as serras e montes do Caldeirão, nós os do abastecimento já estávamos em Barranco do Velho à espera dos bravos, e posso dizer que tanto o Tiago como o António se encontravam em pulgas, para pedalar, de facto reparei que a adrenalina nestes dois rapazes era mesmo muita, de tal modo que desde que chegaram a esta povoação, não pararam sossegados um momento, ele era preparar as bicicletas, ele era andar de bicicleta para lá e para cá... Estavam eléctricos os homens...

Barranco do Velho



Local de abastecimento
Escolhemos um ponto estratégico para observar quando os nossos bravos surgiriam no horizonte e esperamos ansiosamente, até que o Zé António avistou algo branco a passar no cimo de um monte, sem dúvida eram eles, estavam a cerca de uns 3 quilómetros, mas dava para ver que eram eles, gritamos e fomos correspondidos, e que nisto de montes e vales o eco é meio de comunicação espectacular, ouve-se a quilómetros de distancia, até se ouve os MINI ECOS, não é Hipólito?


Mais umas pedaladas e tal como em Parizes fomos esperar o pessoal à subida final, e como verdadeiros aficionados do ciclismo, até houve momentos dignos do Tour de France... Não foi Nuno?


Eram cerca de 11.34, quando chegaram até junto do ponto de abastecimento, percorrendo este quinto sector em 4.48 horas, à média de 6,2 km/hora, sendo que em tempo real a pedalar foram 3.30 horas, numa média de 8,5 km/hora, estava concluído o sector 5, e analisando friamente, penso que o segundo mais difícil da Via Algarviana, como não o fiz, não posso ter uma opinião exacta, mas entre este e o sector 10 Silves-Monchique, de certeza que está o campeão da dificuldade.



Neste sector há-que dar os parabéns a estes cinco bravos, que a partir de hoje ficam mais pesados, pois passam a ter o cognome de, os bravos do Caldeirão, os três de ontem já estávamos à espera que realizassem mais esta etapa, até porque para estes três, daqui para a frente era pena se tivessem que desistir de alguma etapa, quanto ao Nuno e o Flávio, mostraram de que massa são feitos, e se por acaso houvesse dúvidas de que mereciam ser CicloBeatos, hoje ficariam dissipadas, "cojones!", "HOMBRES CON COJONES!"






SECTOR 6


BARRANCO DO VELHO - SALIR



14,02 km


Subida acumulada: 150 metros


Descida acumulada:405 metros


PARA BAIXO TODOS OS SANTOS AJUDAM




Este abastecimento foi muito rápido, apenas 14 minutos, tal a vontade dos outros três CicloBeatos se juntarem aos seus companheiros, nesta etapa que seria quase sempre a descer, saímos de Barranco do Velho pelas 11.50 horas, para os cinco bravos do caldeirão, este sector foi o do descanso, mais do que merecido, para os restantes era uma etapa aparentemente fácil (para mim não... como sabem não gosto de descer), e sem grande história, resumiu-se ao descer muito e no fim das descidas esperarem um pouco por mim, que aos poucos fui ganhando confiança a descer, e os meus amigos já não esperavam muito...




Ainda subimos um pouco inicialmente, em Barranco do Velho, depois entramos num sobe e desce no cimo das serras, mas nada de grave, muito ligeiro diga-se, e onde desde o nosso inicio de aventura avistamos pela primeira vez o mar, na costa sul algarvia, até pararmos junto a um moinho e marco geodésico, para a foto de grupo, que infelizmente acabou por ficar péssima (os grandes fotógrafos também falham... tiram é mais fotografias por precaução), continuamos o sobe e desce ligeiro, até que começamos a descer bastante, onde até houve, duas quedas quase imediatas e no mesmo local, que poderiam ter tido consequências muito mais graves, ainda assim o António ainda fez um vergão numa perna e o Hipólito largou a BH à sua sorte, seguidamente começamos a descer vertiginosamente passando dos 500 metros de altitude até bem próximo dos 200 metros, num ápice.


A rolar e bem no sobe e desce ligeiro...










Lá bem ao fundo o mar


O moinho e o marco geodésico


Ao fundo a confusão na descida... o Hipólito já se tinha refeito do susto

Mas o António não... Ficou com a perna marcada

Eu a descer e à frente... inédito









Cruzamos mais uma ribeira em que nos foi um pouco difícil encontrar passagem, indo mesmo passar no meio de um piquenique onde estavam várias pessoas, que ficaram um pouco alarmadas com a possibilidade de terem que dar almoço a mais oito, abriram a gaveta e esconderam, a comida, e lá passamos nós, também saímos da serra do Caldeirão, após termos andado nesta, cerca de 50 km. Logo a seguir cruzamos com o CicloBeato de apoio, que estava a nossa espera para o momento da posterioridade, e também estava com um pouco de pressa pois tinha de ir a água. Acontece que este ano a logística da água falhou redondamente, o ano transacto sobrou, e eu pensei, e mal que este ano acontecia o mesmo, erro crasso, tinha 60 litros, tivemos de comprar muitos mais, acho que duplicamos, desta feita em garrafões de 5 litros.






Após termos cruzado a EN 124, rumamos na direcção de Palmeiros, onde só saímos do asfalto para brincar num single-track muito técnico, a partir daqui e até ao abastecimento foram vários os single-tracks, no meio das hortinhas locais. Devido a esta localidade possuir ruas muito estreitas, o que poderiam impossibilitar a passagem da carrinha e atrelado, achei por bem, fazer o abastecimento à entrada da localidade e não no centro, junto à igreja (local oficial da Via Algarviana), e assim foi encostamos junto à estrada, comemos mais uma bifaninha, e desta feita várias minis, que o calor apertava e a sede despertava.


Entrada nas hortinhas e single-tracks








Vai uma "mine" fresquinha

Pelas 13.29 horas, estava feito outro sector da Via Algarviana, desta feita o 6º, em tempos totais de 1.38 horas, e a uma média de 8,5 km/h, sendo que a pedalar foi realizado em 1.20 horas, e à média de 10,5km/h.



SECTOR 7

SALIR - ALTE



17,82 km


Subida acumulada: 333 metros


Descida acumulada: 324 metros


NAS "TERRAS DO RISCO" ALGARVIAS





Dezassete minutos depois de chegarmos e comermos (a bela da bifana e a respectiva mine fresquinha), estávamos prontos para arrancar para completar o sector 7 da Via Algarviana, que ligaria Salir a Alte, numa extensão de 17 km, em que se previa não existir muita dificuldade (enganamos-mos), o António satisfeito com o passeio anterior, e aleijado na perna, (o Zé António também o assustou... Apontou para os montes atrás das nossas costas e disse que iamos subir por ali... Malandreco a assustar o rapaz!), posto isto, resolveu ficar na carrinha, o Nuno pagou a factura da má preparação, e a valentia/loucura, de se ter feito à dura 5ª etapa do Caldeirão, não recuperando sequer, nesta etapa anterior a descer, e acabou por ceder ao desgaste, e nem as mines fresquinhas lhe levantaram a moral, também ficou a fazer companhia ao Zé António e ao António.
Eram 13.47 horas, quando arrancamos para o sector 7, seria uma etapa com pouco acumulado de subidas, mas, sem dúvida foi dura, como irão ter a oportunidade de constatar, primeiro tivemos que atravessar a vila de Salir, pois situamos o posto de abastecimento antes desta localidade, depois ainda pedalamos por várias hortinhas da zona, até que subitamente perto da povoação de Pena, nos desviamos para sul, para dar entrada, numa zona bastante semelhante as "nossas" terras da serra do Risco, não ficando a dever mesmo nada quer em relevo, vegetação, qualidade do terreno, e pedras muitas pedras, talvez até bem mais do que na nossa zona, para começar tivemos de enfrentar uma dura subida repleta destas nossas amigas duras, e no que parecia tarefa fácil para transpor a pedalar, a meio da subida todos constatamos que era quase impossível subir, devido à irregularidade do piso e à gradual inclinação do terreno, que cada vez empinava mais, tornando praticamente impossível a sua transposição a pedalar, após este osso duro de roer mas transposto em Pé BT, ainda tivemos direito a vários quilómetros no meio de um planalto onde se podia avistar o mar na zona de Loulé, também carregado de pedras bem maiores que as anteriores e onde foi um verdadeiro milagre ninguém ter um furo ou rasgar um pneu, quase todos com o traseiro levantado do selim a evitar peso excessivo da roda traseira, e lá conseguimos passar este "campo minado", digo novamente, foi mesmo um milagre ninguém ter furado.

Uma velha nora num poço... numa das hortinhas que passamos

Pedalar pelas hortinhas...


Já nas "terras do risco"




Reparem nas semelhanças com a "nossa" Arrábida




O que ficou para trás naquela dificil subida

O que estava para cima...

Visto da foto parece facil? Não é?

A vista quase no cimo da subida.

Depois começamos a descer até a Benafim, e onde fizemos uma rápida passagem pela localidade, voltando novamente "às terras do risco", e novamente para transpor outro monte, que diga-se em abono da verdade não foi dos mais fáceis de fazer, a quantidade de quilómetros nas pernas, especialmente para os que começaram logo na 5ª etapa, e o calor que já se fazia sentir, e que também foi uma condicionante a partir de Salir, depois descemos novamente e quase a chegar a Alte, mais propriamente no passeio Eng.º Duarte Pacheco, encontramos o nosso "Oásis" deste evento, as piscinas naturais de Alte, na Fonte Grande, escusado será dizer que apesar de a água se encontrar gelada todos entramos para o mergulho da praxe, o pode-se mesmo dizer que este refresco soube que nem "ginjas", ainda deu tempo para as fotos de grupo e fresquinhos pusemos-mos nas nossas bicicletas e vai de atravessar Alte, até ao encontro com os nossos amigos que estrategicamente estavam situados à saída da vila, outro erro de calculo ao marcar pelo google earth (o ano passado foram as obelhinhas), de facto poderia ter feito o abastecimento na Fonte Grande, mas desconhecendo se o local seria gratuito ou se daria para as manobras da carrinha, não arrisquei, e resolvi marcar o ponto de apoio, fora da confusão da vila, e assim foi, marquei o ponto, e não é que marquei mesmo no meio de um bairro de nómadas, como nós...
Óasis em Alte na Fonte Grande



O grupo deste sector... bem fresquinho

Este sector, foi percorrido em 2.10 horas, e a uma média de 8,2 km/h, sendo que em movimento real, foi realizado em 1.42 horas, e à média de 10,4 km/h, sendo que chegamos ao bairro de etnia cigana, pelas 17.57 horas, também aqui recebemos a notícia de que os nossos homens do apoio tinham comprado fruta fresquinha para o jantar, e mais água, pois o calor estava a apertar e necessitávamos cada vez mais deste precioso líquido.



SECTOR 8

ALTE - SÃO BARTOLOMEU DE MESSINES








19,14 km


Subida acumulada: 263metros


Descida acumulada:363 metros



PERDIDOS NOS CAMINHOS ERRADOS



No acampamento... Desculpem, no abastecimento em Alte, demoramos apenas 14 minutos, para beber umas "mines" e encher os bidões com água, o grupo a pedalar manteve-se com os seis do sector anterior, o Hipólito, o Viegas, o Fernando, o Mário, o Flávio e o Tiago, os outros dois CicloBeatos optaram pela sensatez e preferiram pedalar mais um pouco no próximo dia (o dia das etapas de montanha), sendo que nós os seis, de hoje partimos pelas 16.11 horas, para darmos por findo o segundo dia na nossa aventura.
E logo na saída de Alte, nem tínhamos feito 500 metros, um furo, desta feita o Flávio, rapidamente mudado e "pé na tábua" rumo a são Bartolomeu de Messines, que já se fazia tarde, depois entramos em vários caminhos onde tivemos de fazer Pé BT, não pelas subidas mas por estes caminhos serem essencialmente para pedestres, com muitas pedras e arbustos para atrapalhar, para quem vá de bicicleta é de evitar já que existe asfalto logo ao lado...Mas nós como não gostamos de asfalto... Está visto! Não está...

Alguns metros depois mais confusão, alguém que não gostou que a Via Algarviana passa-se pelas suas terras e vai de lavra-las tornando novamente impossível de "ciclar" por ali, ainda andamos por uns single-tracks muito técnicos, e outro furo, desta feita foi o Viegas, enquanto mudavam a câmara-de-ar eu e o Hipólito fomos a pé, pois era mais fácil, procurar o caminho para nos tirar para fora daquela, pedraria toda e daqueles caminhos privados, e conseguimos.


Avistamos o caminho que nos levou a um trilho bem melhor que o anterior e nos tirou "dali para fora" e entramos no povoado da Torre, deixo aqui à atenção da Almargem (entidade que gere a Via Algarviana), atenção ao troço entre Alte e a Torre, muitas marcações que confundem quem passa e muitas interdições, supostamente feitas pelos donos do terreno, pede-se que solucionem este problema a fim de evitar possíveis conflitos, entre os proprietários dos terrenos e quem inocentemente segue um trilho feito e marcado por vós...
A seguir foi sempre a descer até à povoação de Vale, onde já se podia avistar a Auto-estrada do Sul, seguidamente veio a povoação da Portela, onde ainda subimos um pouco por outro bom single-track, andamos um pouco paralelamente à E1, e depois atravessamo-la por um túnel, a partir daqui foi tudo muito rápido, e em bom andamento fizemos bons quilómetros, depois outro túnel por baixo do IC1, e em pleno Barrocal Algarvio, foi sempre a rolar que nos aproxima-mos do nosso destino de hoje, não sem antes termos experimentado um caminho empedrado (talvez romano) junto a um pomar e que para massajar as "nalgas" no fim do dia veio mesmo a calhar (aqui outro caminho barrado com uma cruz), o caminho que a via indicava era mesmo, e só para pedestres... Calhaus, calhaus grandes e muita vegetação, sendo até para pedestres muito difícil, optamos e bem pelo empedrado junto ao pomar, sinceramente acho, que o pomar é o motivo do barramento do caminho, os donos devem estar fartos que mãos alheias se colem às suas frutas... Enfim uma falta de respeito de quem passa, e quem sofre é a via.

Auto-estrada-do-sul


No túnel por baixo da auto-estrada-do-sul

Via sacra, para massajar as "nalgas"


Não colar nas mãos... quando crescerem



Entretanto o pneu do Viegas voltou a furar, mas como era pequenino ainda deu para ir enchendo e pedalando, sendo que aqui o asfalto foi uma vantagem, e deu para o Viegas aliviar o peso da roda traseira, chegados ao sitio onde seria supostamente o ponto de encontro com o apoio, e que nós dispensamos, enviando os homens do apoio directamente para onde iriamos pernoitar, e que seria ao lado dos Bombeiros Voluntários.

A partir daqui e talvez devido ao cansaço de tanto pedalar desunimos-mos um pouco e em vez de seguir o que seria óbvio... O percurso do GPS, cada qual dava o seu "bitaite" e andamos um pouco perdidos, de notar que aqui a Via Algarviana é dificil de seguir, não avistamos quaisquer indicações da GR13 (se calhar alguém apagou as inscrições, ou os locais onde estão têm pouca visibilidade), e foi muito difícil de a seguir dentro da vila, após vários enganos, e pequenas discussões, lá demos com o local da pernoita, que foi numa firma de construção civil e camionagem, que gentilmente nos cedeu as suas instalações para a nossa estadia.

Única marca relativamente visivel da Via Algarviana em Messines

Nos aposentos em São Bartolomeu de Messines

Este sector 8, acabou pelas 18.37 horas, em tempo total de 2.25 horas, e a uma média de 7,9 km/h, sendo que em movimento foi realizado em 1.45 horas, e à média de 10,9 km/h.
Após estabelecidos, e jantados, ainda houve tempo para ir aos nossos vizinhos do lado, os Bombeiros Voluntários de São Bartolomeu de Messines, onde havia festa, bebemos uns cafezinhos e digestivos, depois regressamos aos aposentos, apesar do adiantado da hora, o Viegas ainda trabalhou como mecânico a assistir as bicicletas dos seus companheiros, depois foi tempo de ir deitar, que no outro dia teríamos, um dia muito duro, com subidas à Picota (775 mt) e à Fóia (880 mt), portanto toca a descansar, que amanha seria dia de intenso trabalho.

Enquanto uns trabalhavam...

Outros...








Estava percorrido o segundo dia dos CicloBeatos na Via Algarviana 2011, e o saldo desta feita não foi positivo, foi MUITO POSITIVO, os nossos três totalistas até ao momento o Hipólito, o Viegas e o Mário, muito bem preparados fizeram o que tinham a fazer, e após o Caldeirão, podia vir o que viesse, o Nuno e o Flávio, superaram-se, o Nuno sem andar de bicicleta há já muito tempo, fez o sector 5, o mais difícil do dia, e quem sabe da Via, na integra, ultrapassando mesmo as suas potencialidades, o Flávio que é um poço de força e há poucos meses esteve apoquentado por uma lesão, fez o dia todo e esteve no Caldeirão, eu e o Tiago só não fizemos a primeira do dia, conscientemente, essa etapa não era para nós, não estávamos preparados e se calhar comprometeríamos o resto do dia e o dia seguinte, o António sabiamente fez a etapa mais fácil do dia, agora que estou a escrever esta crónica acho que também tinha feito o sector 8, mas opções são opções e temos de respeitar, para o ano de certeza que fará tudo.

Nos quatro sectores de hoje realizamos 80,90 km, em 10.21 horas (tempo total com paragens), subimos 1729 metros e descemos 1976 metros.

Dia 3

Sábado dia 11 de Junho de 2011


SECTOR 9


SÃO BARTOLOMEU DE MESSINES - SILVES










27,64 km


Subida acumulada: 560 metros


Descida acumulada: 676 metros


PASSEIO NO ARADE


Adivinhem a que horas nos levantamos neste dia... Pois foi! Foi mesmo novamente pelas 5.00, nisto de levantar cedo os CicloBeatos são exemplares, e assim que toca o despertar todos se levantam sem ser necessário chamar, arrumamos o alojamento, carregamos a carrinha e preparamo-nos para o que seria o início do dia com mais altimetria, desta nossa aventura, ou se lhe quiserem chamar, o dia das etapas de montanha.

O Nuno a guardar-se para a etapa rainha (Silves-Monchique) da nossa aventura achou por bem, ficar no apoio este sector, o António destemido estava a preparar-se para ir neste sector, mas eu achei melhor que não fosse, e avisei-o de que este, ia ser muito duro ao que o António aceitou, mas não se convenceu... Estava previsto um sector com cerca de 928 mt de altimetria (que não se veio a confirmar), como tal achei melhor prevenir o António, que este dia não era para ele, voltei a errar, acho que este sector ele tinha realizado, descansando o próximo, desculpa António, foi a pensar na tua integridade física, e no objectivo do grupo.

Preparar o GPS à saída do nosso alojamento em S.B. de Messines

Alguns já aqueciam na avenida em frente ao local da estadia

Saímos de São Bartolomeu de Messines, pelas 6.31 horas, da avenida João de Deus, e só quase no final da rua do furadouro, avistamos os primeiros sinais da GR 13, aqui em Messines, ultrapassamos a linha férrea, ainda andamos um pouco em asfalto, até que na povoação de Pedreiras, avistamos lá bem em baixo a albufeira do Arade, começamos a descer e muito até às margens deste rio algarvio que nasce de onde nós viemos, na serra do Caldeirão e desagua em Portimão.

Durante vários quilómetros pedalamos junto à margem sul do Arade, sempre à espera que se nós depara-se uma parede enorme para subir, não aconteceu, pois a subida perto da barragem do Funcho foi gradual e levou-nos até a um local que serve de miradouro sobre as serras e albufeira do rio, e onde podemos constatar que para colocar os postes de alta tensão na zona certamente houve muito trabalho, primeiro de criar bases para os gigantescos postes e depois para ergue-los e passar os cabos.

A primeira vez que avistamos o rio Arade



Pedalar com o Arade por companhia


A albufeira do Arade







Ele há cada trabalho!...


Na barragem do Funcho, por sinal no dia de hoje bastante ventosa e sombria, tiramos a foto de grupo perante esta monumental obra do Homem, em plena natureza, que em alguns destes locais se apresenta de forma quase virgem, desta feita na margem norte continuamos a pedalar até que para não variar começamos a subir, a subir, a subir, e fizemos uma rampa que parecia não ter fim, e cá estava a altimetria que tínhamos de cumprir, pois até aqui não tinha sido nada de especial, posso mesmo afirmar que nesta subida, subimos praticamente toda a altimetria deste sector (mas nós estávamos à espera de muito mais), chegados ao alto e após vários furos no "No Tubes" do Tiago, e que foram sempre solucionados da mesma forma, dedos no furo, paciência e já está!

Barragem do Funcho





A subida do sector vista do inicio






Quando acabamos de subir era este o cenário... a subida que fizemos é aquela lá em baixo.

No alto dos montes telefonamos aos homens do apoio, para irem comprar pilhas para o GPS, pois as que pus a carregar só carregaram metade, depois e sempre a descer por muitos quilómetros, quase sempre em velocidades muito rápidas e por meio dos eucaliptais, mas sempre à espera de nós aparecer outro monte para transpor, pois estávamos à espera de 923 metros, de acumulado de subidas e só tínhamos realizado até ao momento, 500 e tal metros, começamos a achar estranho, os quilómetros para o fim do sector iam-se esgotando, e nada de subidas, depois avistamos uma verdadeira parede que deveria ter uns 30% de inclinação e pensamos... É agora! O Flávio destemido (solta o javali!...) fez-se logo à subida mas o GPS indicava um caminho à esquerda da parede, por um single-track algo tapado pelos arbustos, e que contornava este imponente obstáculo, resmungando (estava mesmo moralizado para subir...), voltou para trás e fez-se ao caminho, passamos depois, perto da povoação de Enxerim, e foi a vez, que estivemos mais perto da localidade de Silves, atravessamos um afluente do Arade, já com a visão da carrinha e dos nossos colegas, no horizonte, e acabamos o sector 9, no início da estrada, Silves-Sapeira, e a altimetria ficou aquém do previsto em cerca de 400 metros.


Brincando no single-track


Vale de Enxerim


O apoio na estrada da Sapeira

Um dos fotógrafos do evento em plena exercício de funções

Eram 9.30 horas, estava feito mais um sector da Via Algarviana, entre São Bartolomeu de Messines e Silves (Enxerim), com o tempo total de 2.58 horas, e a uma média de 9,3 km/h, a pedalar foi realizado em 2.33 horas, e à média de 10,8 km/h.




SECTOR 10


SILVES - MONCHIQUE




30,18 km


Subida acumulada: 1.177 metros


Descida acumulada: 783 metros


KARUNA


"Karuna'" é uma palavra sânscrita muito usada no hinduísmo e no budismo. Significa, em sentido lato, compaixão, e, num sentido mais abrangente, "acção compassiva", tendo em conta toda e qualquer acção realizada no sentido de amenizar o sofrimento dos outros seres. Assim, na medida em que ajudamos os outros e facilitamos o seu processo de cura e transformação, todos nos beneficiamos, em virtude da unicidade de todos os seres.

Nada mais se ajusta ao que nos aconteceu neste sector, do que esta escrito em cima, mais à frente irão certamente entender o porque do titulo, e também desta nota introdutória, no abastecimento em Silves, fizemos a maior pausa desde o inicio do evento, precisamente 29 minutos, que nos serviu para recarregar a alma com toda a energia pois sabíamos que íamos necessitar, e muito, o António ficou com o Zé António e foram ambos às compras na praça em Silves, compraram pão, legumes e sardinhas para o jantar, que seria em Marmelete, mas esperem... Eu estou a ir depressa demais e este sector foi o mais lento de todos, as subidas eram muitas e muito inclinadas, em certas partes muito mais de 20% de inclinação, e em "off-road", também, perdemos muito tempo pois ficamos sem abastecimento, perto dos 250 metros de altitude e tínhamos de subir, só mais 630 metros para a Picota... Mas isso irei explicar daqui a mais algumas palavras.
A cidade de Silves

Mal saímos do conforto do abastecimento começamos logo a subir e ainda por um asseiro quase impossível de subir sentado na bicicleta, extremamente carregado de pedras, e bastantes soltas e com certeza com mais de 20% de inclinação, estava dado o mote para o que nós ia acontecer nos primeiros 10km do sector, deparamos com um verdadeiro carrossel de "sobe e desce" e sempre com paredes muito inclinadas, todo o que a nossa vista podia alcançar eram montes como estes que já tínhamos ultrapassado, mas para nosso azar, estavam à nossa frente e no nosso caminho, dali dava perfeitamente para avistar um dos nossos destinos da etapa, a Picota, no alto da majestosa serra, que ainda estava bastante longe para nós.
Inicio de mais uma subida bastante inclinada


O que ficou para trás

E o que faltava subir...

Daqui nem se avistava o inicio... tal é a inclinação



O visual pararelo à EM 502 Silves-Sapeira


Lá ao fundo a cidade de Portimão

Nós viemos lá do fundo

Andamos quase sempre paralelamente à famosa (para os ciclistas de estrada) EM502 Silves-Sapeira, pode-se dizer que apanhamos quase todo o tipo de subidas, até que chegamos a um dos pontos onde pensei melhor cruzar o caminho da carrinha com o nosso, pois já estava a prever que esta etapa seria um inferno, e num alto, perto da barragem de Odelouca, encontramos os nossos amigos, o abastecimento foi rápido, e consistiu praticamente em encher os bidões e continuar, chegamos às 11:44 e saímos às 11:45.
Os bonitos visuais do interior algarvio







Subir, subir e subir bem, foi a tónica do dia





Uma das poucas fotos do Mário sem pose... por isso tenho de publicar!

Fotografo em trabalho

Mais um monte vencido


Chegada do grupo ao abastecimento extra rápido





A partir daqui foi sempre a descer em alta velocidade, até à Foz do Barreiro, o Zé António acompanhou-nos a trás com a carrinha e o António na bicicleta também a descer pois claro, passamos o que seria há uns anos um rio com algum caudal, a nova barragem de Odelouca a norte ajudou a reter o precioso liquido, alguns metros depois de termos andado um pouco em asfalto, entramos de novo em aceiros e a subir, o Tiago e o António deixaram de nos acompanhar e foram pela estrada a pedalar com a carrinha, entretanto nós os seis ficamos a cargo com mais uma subida de vários quilómetros feita num asseiro recentemente passado pelas máquinas, e que dificultava e de que maneira a nossa progressão, já para não falar do intenso calor que se começava a sentir, depois mais um pouco no alto dos montes apenas para tomarmos consciência que ainda tínhamos de ultrapassar a serra de Monchique, enorme e cada vez mais próxima à nossa frente, serramos os dentes e mais uma subida dura, num vale bem apertado e fechado que fazia com que a temperatura alta daquele dia se concentra-se ainda mais naquelas zonas, e foi nestas condições que subimos até aos 250 metros de altitude e chegamos ao ponto onde supostamente estaria o tão aguardado apoio... Pois já não tínhamos quase nenhuma água nos bidões.
Perto da Foz do Barreiro

Ribeira de Odelouca

Ponte sobre a ribeira






O grupo perto da Foz do Barreiro...

Num dos poucos momentos feitos em asfalto






Entrada para mais uma subida, esta foi um aceiro recém passado pelas máquinas





Chegamos a este ponto de encontro com a carrinha eram 13.11 horas, achei estranho a carrinha não se encontrar no local, telefonamos, e recebemos a resposta de que não conseguiam dar com o local, Tinha marcado as coordenadas do local no GPS, acontece que o mapa do GPS não tinha actualizações de certas estradas mais perto, e mandava-os dar uma volta de 6 km para ir ter ao local, chegavam ao local para onde o GPS os mandava e voltava a indicar o local de onde tinham vindo, ou seja o GPS não conhecia as estradas onde andávamos e mandava-os para os locais com estrada mais perto de onde estávamos, mas como as estradas eram muitas, eles não deram com o local.
A vista da serra de Monchique (Picota)








Eu o Viegas e o Mário, resolvemos avançar sem água, pois já estávamos naquele local há cerca de 30 minutos parados, o Hipólito, o Flávio e o Nuno cerca de 100 metros mais a cima aguardavam por noticias e por nós, e assim ficou resolvido mandamos os homens do apoio para Monchique, e entregamo-nos a sorte de continuar sem água serra acima, na esperança de ao encontrarmos uma casa irmos pedir água aos proprietários, Um pouco zangados, e desanimados com o nosso destino nesta quente tarde, em que o sol nesta vertente da serra não dava tréguas, até porque as sombras eram poucas ou mesmo nenhumas, valeu-nos o solo já ser em asfalto, mas para compensar eram subidas na ordem do 20% ou mais, até que perto dos 400 metros de altitude avistamos algumas casas, e dirigimo-nos a umas pessoas que andavam nas imediações de uma delas, pedindo água pois estávamos a ficar sedentos desse maravilhoso liquido.
Sim de facto é asfalto... mas muito inclinado...

Em alguns locais cerca de 20% ou mais...

Indicaram-nos por onde devíamos entrar e um homem aproximou-se de nós, disse-nos que ali era um centro de meditação e que de momento estava a haver um retiro de silencio e meditação no local ao que nos pediu silencio absoluto e solicitou-nos para o acompanhar até uma fonte natural existente neste local, cumprimos as normas do local à recta e deslocamo-nos à fonte, onde posso dizer que bebi a melhor água da minha vida, penso que o sentimento foi unânime, ainda trocamos algumas palavras com o nosso anfitrião, despedimo-nos e depois seguimos o nosso caminho, sem dúvida naquele local existe mesmo "Karuna".




Penso que a partir daqui tudo o que de menos bom nos acontecesse seria relativizado para um plano inferior, continuamos a penosa subida à picota, ainda por asfalto e com inclinações acentuadíssimas, mas acho que os nossos espíritos estavam em uníssono para conseguirmos o objectivo do sector, voltamos aos single-tracks cheios de pedra e difíceis de transpor, e agora com mais vegetação, a fazer-nos sombra, mas isto só pelos 720 metros de altitude, depois pedras e mais pedras, voltamos a descer um pouco, para novamente em asfalto voltarmos a subir mais dos 700 mt aos 740 mt e que foi onde acabou a estrada, à nossa frente encontrava-se um monte com cerca de 10 metros de altura em rochas bem sólidas, e que a mim se não fossem os meus amigos me custaria a fazer pois teria de transportar a bicicleta à mão, mas num grande gesto de solidariedade todos se ajudaram uns aos outros e esta subida ao posto de vigia e marco geodésico da Picota custou muito menos, a vista deste local e com o céu limpo é qualquer coisa de extraordinário, pode-se avistar o Algarve de ponta a ponta, e penso que até se vê a serra de Grândola (e não estou a exagerar), "ainda por cima" não soprava nenhum vento, foi sem dúvida um momento perfeito, que se calhar nenhum de nós irá repetir em vida.
Aqui estavamos a cerca de 500 metros de altitude



Mas ainda subimos muito mais
Aqui já perto dos 700 mt
Em alguns sitios só em Pé Bt, devido ao solo cheio de pedras

Um pouco de descanso no meio dos eucaliptos


A partir deste local só mesmo em Pé BT



Este é o tipo de solo à volta do marco geodésico


Lá ao fundo, Monchique e a Fóia

O posto de vigia da Picota




O céu é o limite...

O grupo e o seu feito a 750 metros de altitude

Subimos... Agora tínhamos de descer! A descida também não foi fácil, e com as bicicletas a tornar esta tarefa mais complicada, até encontrarmos as marcas da GR, foi complicado, mas a partir de encontradas, descemos com alguma facilidade, para darmos entrada no que para mim foi um martírio, um single-track, rápido e com bastantes pedras, e eu com receio de me voltar a lesionar optei por fazer grande parte a pé, para os outros também não foi fácil e praticamente chegamos ao asfalto juntos, a partir daqui foi sempre a descer e eu sem travão traseiro, pois as pastilhas foram à vida, entramos em Monchique a descer e encontramos a carrinha muito antes do local estabelecido, o local marcado era muito apertado para a carrinha e resolveram vir ao nosso encontro num dos pontos extra que marquei.
Início da descida


O mais técnico a inventar...


Achados o simbolos da GR, foi uma beleza


Além de que naquele sitio já tinham ido às compras ao Rei da Fruta de Monchique, e também foram à água desta vez a "borliú" pois o Rei das Frutas indicou-lhes uma fonte onde podia abastecer os garrafões vazios.
O Rei da fruta de Monchique

Também nos contaram que andaram a brincar na serra com um ciclista estrangeiro, que ia a pedalar calmamente e a subir com uma certa inclinação, de repente passa-lhe o António em alta velocidade e a subir... O homem ficou atónito... Ele ia naquele esforço a subir e passa um ciclista a alta velocidade por ele, pararam mais à frente e o pobre homem passou por eles e fez-lhes uma grande festa com direito a palmas e tudo... Marotos! Vou agora explicar o truque, o homem ia a pedalar à frente e o António vinha agarrado à carrinha, alguns metros antes do homem, largou-se e passou por ele na "broa", faço ideia a cara do homem... Grandes patifes! E ainda receberam as palmas sem se desmascararem.
Foi mais ou menos isto que aconteceu... imaginem a cara do "Cámone"

Bem mas vamos às estatísticas, que neste momento pouco interessavam, pois ainda estávamos todos em estado ZEN.

Eram cerca de 16.05, quando chegamos junto da carrinha, acabando a dita etapa rainha da Via Algarviana, percorrendo este sector 10, em 6.06 horas, à média de 4,9 km/hora, sendo que em tempo real a pedalar foram 4.01 horas, numa média de 7,5 km/hora, se não tivéssemos tido tantos contratempos com certeza teríamos uma média melhor... Mas desculpem lá... Que se lixe a média melhor... Se não tivessem existido estes episódios de vida, não tinha tido o mesmo sabor, nem sequer tinha sido divertido, e ainda assim saímos daqui com uma lição de vida, a KARUNA.




SECTOR 11


MONCHIQUE - MARMELETE




16,85 km


Subida acumulada: 563 metros


Descida acumulada: 586 metros


NOS AÇORES




Neste sector, eu, o Nuno e o Flávio resolvemos dar por finalizado, o nosso esforço do dia, a etapa rainha foi terrivelmente desgastante para nós, fizemos acumulados de subida nunca feitos e ainda mais em apenas, 30 km, como não estávamos bem preparados para a Via Algarviana, foi sensato pararmos por hoje, por mim posso afirmar que cheguei a Monchique "feito em papas", continuar seria estupidez, e isso até posso ser, mas não me considero... Portanto "finito" por hoje, o Tiago tinha feito o sector da manhã e parte do anterior, também andou a brincar no asfalto com o António, tal como eu pouco preparado para estes voos, ficou connosco, mas a surpresa do dia. Foi mesmo o António, não acatou conselhos (e ainda bem) e fez-se a este sector com unhas e dentes, juntamente com os nossos totalistas, que apesar de bastante cansados, alguns quase tanto como eu, continuaram... E confesso-vos, se algum destes três CicloBeatos tivesse a ideia de desistir, eu tinha feito tudo para que fosse possível recupera-lo, colocava-o em cima da bicicleta, e mesmo, estando eu arrasado com o cansaço, era capaz de o rebocar, é que sem dúvida seria uma pena não fazerem todas as etapas da Via, ainda mais depois de tudo o que passaram até a este momento... Mas eles sabiam disso e com a grande serenidade de verdadeiros campeões fizeram-se à Via para atacar o sector 11.
Os quatro no ponto mais alto da Via Algarviana
Eram 16.34 horas quando saíram da nossa companhia, fazendo 29 minutos de descanso em Monchique, atravessaram esta vila e dirigiram-se para o caminho do convento, onde começaram a penosa subida que os haveria de levar ao alto da Fóia, mas ainda deu para terem um encontro imediato com um músico/profeta/sem-abrigo, local, que após algumas trocas de palavras ainda lhes tocou uma música, com certeza também estaria em estado Zen, tal como os nossos três amigos da etapa anterior, ainda pedalaram um pouco por dentro de um bosque existente a seguir ao convento, lamentavelmente em ruinas, por falar em ruínas... Em alguns locais voltou a constatar-se que a Via Algarviana, foi feita essencialmente a pensar nos caminhantes, pois voltamos a ter algum Pé BT, e com o percurso novamente a inclinar bastante, lá fomos subindo até chegar ao asfalto que nos levaria até à Fóia, ou perto do alto, pois cerca de 700 metros antes, desviamos por um single-track, não sem as fotos comprovativas de que os nossos quatro CicloBeatos estiveram na Fóia.
Pé BT perto do convento de Monchique

A cidade de Portimão

A curta entrada no asfalto




CicloBeatos na Fóia

Curioso que esta vertente norte da serra de Monchique se assemelha bastante, no relevo e vegetação ao arquipélago dos Açores, de certeza que têm influência estar exposta aos ventos marítimos, entretanto no single-track repleto de vegetação que serviu quase de massagem nas pernas, andavam os nossos quatro amigos, passaram também por umas portas feitas num cercado que serve certamente para a fauna local fazer as suas passagens de habitat para habitat, e regressaram ao asfalto, mas por muito pouco tempo, já que a seguir à pequena barragem, voltaram ao pó da estrada, onde para o cenário Açores ficar completo, não faltaram as vaquinhas (ou óbelhinhas do góógle), que atentamente seguiram o percurso dos nossos amigos.
Uma aguia solitária... ou seria um açor?

A verdejante vertente Norte da serra de Monchique

Single-track











Ó Viegas... Solta o Javali !!!



Novamente no asfalto... Mas por pouco tempo




As óbelhinhas do góógle



Têm a certeza que os outros CicloBeatos não vos seguiram !?



O grupo em pose, no que poderia ser confundido com a paisagem açoriana


A descer e depressa chegaram as enormes eólicas plantadas na serra, onde deu para tirar mais umas fotos ao pessoal, continuaram a descer e por entre várias florestas, passaram por Gralhos e continuaram a descer, pelos bosques, a maioria deles com bastantes eucaliptos, seguidamente subiram mais um pouquinho, e pela última vez no dia de hoje voltaram a descer bem rapidinho até à localidade de Marmelete, onde nós já estávamos há um "bom bocado", pois saímos directo de Monchique para ir ao encontro do Sr. Emanuel que estaria à nossa espera na Casa do Povo de Marmelete, que gentilmente nos cedeu as instalações através de contactos que mantive com a Presidente da Junta de Freguesia, a dona Marta Martins, e a encarregada pela casa do povo a dona Aldina, aos três deixo desde já aqui os meus agradecimentos.




Vista sobre o Autodromo do Algarve

Sem dúvida, são majestosas estas eólicas



O nosso alojamento em Marmelete









Entretanto e após termos generosamente contribuído com um donativo para a Casa do Povo local, também procedemos a divulgação de artigos da nossa região, deixando as Tortas de Azeitão e o Moscatel de Setúbal, enquanto isso chegaram os nossos quatro amigos pelas 19.15 horas, após 2.43 horas e a uma velocidade média de 6,2 km/h, sendo que em tempo real a pedalar foi feito em 1.58 horas, à velocidade média de 8,6 km/h, estavam todos com boa disposição, os nossos três amigos totalistas estavam frescos que nem umas alfaces, e o António, parecia que estava habituado todos os dias a fazer este acumulado de subidas... E esta hein!... E não é, que o rapaz me surpreendeu!
A chegada dos quatro magnificos a Marmelete




O lume já estava acesso e bem acesso, diga-se de passagem, pelos nossos amigos Nuno e Flávio, que foram vitimas da boa vontade dos outros CicloBeatos e todos lhes "pagavam mines fresquinhas", sardinhas na brasa e até eu que não aprecio lá muito este menu, bati o meu recorde de exemplares degustados, jantar bem regado, e seguidamente fomos ao café do nosso amigo Sr. José, pois já tínhamos travado conhecimento com o proprietário do café/restaurante, durante o acender do lume...




No café do Sr. José, aconteceu mais do que uma simples ida para tomar a bica, o que aconteceu naquela noite foi um verdadeiro intercâmbio de culturas, boa disposição e a cima de tudo, de saber estar em qualquer lugar, e respeito pelo próximo, valores a que os CicloBeatos nunca se desassociam, e tentam sempre promover e cultivar, por isso não somos só praticantes de BTT, somos os CicloBeatos.


CicloBeatos na companhia do Sr. José

Desta vez não foi diferente, oferecemos uma "teca" de sardinhas que sobrou do nosso jantar, e trocamos moscatel velho, por medronho... Muito Medronho! No final da noite até víamos uma "RAVE" de estrangeiros no meio dos montes (efeitos da água de Monchique de certeza), depois fomos para os nossos aposentos e dormimos que nem uns anjinhos (mas sem asas).

Acabada a "RAVE", toca a dormir...

...Mas antes dar o leitinho ao bébé

Concluímos mais um dia na Via Algarviana, o terceiro, o dia da montanha e da etapa rainha do nosso evento, estávamos todos muito cansados, mas felizes pois sabíamos que todos se tinham superado e que o dia de amanhã, seria apenas e quase de certeza um passeio, pior do que hoje não seria de certeza, portanto esta descompressão no final do dia com direito a alguns, mas poucos, excessos... Agora era tempo de dormir e descansar, para o dia da consagração, e a respectiva chegada ao Cabo de São Vicente.




Nos três sectores de hoje realizamos 74,67 km, em 11.07 horas (tempo total com paragens), subimos 2300 metros e descemos 2145 metros.

Dia 4

Domingo dia 12 de Junho de 2011


SECTOR 12


MARMELETE - BENSAFRIM







29,01 km


Subida acumulada: 165 metros


Descida acumulada: 535 metros



VIA RÁPIDA


Eram 5 medronhos da manhã... Desculpem! Eram, 5.00 da manhã quando voltamos a dar o toque de alvorada, a que todos corresponderam da mesma forma que nos habituaram nos dias anteriores, apesar da azia ser quase um efeito geral, existiam alguns suspiros matinais, que davam para servir como acendalhas caso fosse necessário fazer lume, mas como de costume, à medida que fomos fazendo a nossa higiene pessoal e arrumando as nossas bagagens no "Beato Móvel" fomos recuperando, e após termos realizado as limpezas no espaço que amavelmente nos foi cedido (pois convém sempre, deixar os locais tal e qual os encontramos), estávamos prontos para arrancar o que aconteceu por volta das 7.08 horas, desta feita todos os ciclistas estavam presentes para a partida facto que persistiu durante o resto das etapas do dia (hoje era dia de todos fazerem o percurso).
Amanhecer violento!...

Prontos para o último dia da aventura






Esta foi uma etapa quase sem história já que nos limitamos a rolar e quase sempre a descer, no sector que concluímos em tempo recorde, começamos a descida logo à saída de Marmelete e por asfalto, durante cerca de 1 km entrando nos terrenos de que tanto nós adoramos, ou seja, no mato, logo após poucos metros mais um furo no "No Tubes " do nosso amigo Tiago, prontamente resolvido da mesma forma de sempre... Dedos no furo... Rodar a roda e já está... Passamos entretanto por enormes eucaliptais e também por várias habitações isoladas nos montes que certamente serão pertença de estrangeiros, pois as matriculas dos automóveis que se encontravam às portas assim o indicavam, a seguir à povoação da Romeira foi o constante serpentear pela margem da barragem da bravura e entramos novamente no asfalto onde reencontramos o José António, que desta vez estava munido da máquina de filmar e pronto para nos registar para a posterioridade, e em formação.

A vista desde Marmelete




O "Beato Móvel"
Preparação do sprint...



Tiago e o "No Tubes"

Passagem por uma das várias moradias isoladas nos montes

"On the Road to Bensafrim"


Barragem da Bravura















Após alguns momentos a rolar no alcatrão, voltamos à terra batida, e sempre em grande velocidade, contornamos a margem norte da barragem da bravura, onde desviamos por um pequeno single-track a subir, onde penso que de certeza, fizemos aqui, metade do acumulado de subidas deste sector, regressando novamente ao asfalto por breves momentos para fazermos parte do filme do Zé António e para a segunda metade do acumulado de subidas da etapa, que totalizou a magnifica soma de 165 metros, seguidamente passamos pela povoação do Pincho, a seguir entramos novamente numa via rápida de terra batida e quase sempre junto à ribeira da corte do bispo, que nos levaria até à primeira paragem do dia em Bensafrim num lavadouro municipal ali existente, com direito à bifaninha e à bela da "mine" fresquinha, e também a lavagem de vista... Pois a poeira nos olhos tinha sido muita nestes dias...


1ª subida em single-track

Vista parcial da barragem da Bravura



2ª subida do dia e última




Monte e respectivo marco geodésico em Bensafrim


As montadas alinhadas a repousar

...Limpeza de vistas empoeiradas...


Igreja de Bensafrim


Local onde devoramos as bifanas e as "mines"

Eram 9.02 horas e estava feito o primeiro sector do dia, o 12º da Via Algarviana, no que se tornou o sector mais rápido da nossa aventura e que foi realizado em 1.54 horas, a uma média de 15,3 km/h, sendo que em tempo real em movimento foi feito em 1.47 horas e em média de 16,2 km/h.





SECTOR 13

BENSAFRIM - VILA DO BISPO



30 km

Subida acumulada: 412 metros


Descida acumulada: 355 metros


REECONTRO COM AS "OBELHINHAS DO GÓÓGLE"


Em quinze minutos, comemos as bifanas e bebemos as minis, e eram 9.17 horas, quando saímos da localidade onde a Via do Infante acaba, e onde demos inicio à penúltima etapa da Via Algarviana, com a barriguinha cheia e a vista limpinha, ainda andamos um pouco por dentro desta vila algarvia, e pelo asfalto, mas após uma inclinada subida que passou por baixo da A-22 (Via do Infante), entramos novamente nos terrenos que nos sentimos à vontade, entrando num bonito montado de sobreiros, e com o piso a tornar-se um pouco mais mole em alguns locais, chegamos à localidade de Barão de São João, atravessamos a povoação e entramos na mata nacional desta freguesia de Lagos, e logo a subir e de que maneira... Por solo bastante irregular e durante alguns quilómetros, só parando para algumas fotos num alto repleto de turbinas de energia eólica, e com uma vista maravilhosa de onde até conseguíamos avistar a Fóia e a Picota.
Penúltimo objectivo

13º Sector da Via Algarviana

Pedalando pelo montado



Barão de São João



Subida da Mata Nacional de Barão de São João



Ao longe de onde viemos a Fóia e a Picota




O grupo e o sindrome dos marcos geodésicos


Depois descemos muito, e começamos logo a calcular de que certamente iriamos subir mais um pouco, e realmente aconteceu voltamos a subir e por um trilho bem inclinado, curto mas inclinado que nos levou a outro monte repleto de turbinas eólicas, começamos a descer e como não poderia deixar de ser... Tivemos mais um encontro imediato do 7º ou 8º grau, com as nossas amigas, "Obelhinhas do Góógle", e desta vez eram às dezenas e para gaudio da rapaziada mesmo pelo meio da estrada onde íamos a passar, depois de alguns "chega para lá" e sempre com um "olho nas vacas e outro nos vitelos", chegamos à frente da manada, onde um teimoso e quezilento macho, que deveria ter cerca de uma tonelada, teimava em não se desviar, assim que houve espaço para o ultrapassar, zarpamos a "todo o gás dali para fora" pois... Dizem que estes bichinhos não fazem mal... Mas que intimidam... Intimidam e muito, ainda mais a cerca de meio metro ou menos de distancia, que foi como alguns de nós passaram por elas, e houve até quem atalha-se por fora da estrada...
Um dos muitos parques eólicos



Passagem de ribeira e começar a subir





Reecontro com as nossas velhas amigas...




Acho que conheço estes tipos!?



Durante mais alguns quilómetros rolamos a alta velocidade e em alguns locais até por cima de péssimo estado de terreno, passando novamente por outro parque eólico, que são abundantes nesta zona bastante ventosa, começamos a descer e encontramos o "Beato Móvel" junto à EN125, perto da localidade da Raposeira, foi só mesmo o encontro e passagem da nacional 125, no outro lado voltamos a subir um pouco e depois "vai de descer" em grande velocidade no que foi uma constante desta etapa, numa subida e em alcatrão outro percalço desta aventura, a corrente da bicicleta do Mário prendeu-se e teimava em não se soltar, ameaçando partir, chamamos o Viegas, que como sabem era o mecânico de serviço, e após alguns minutos de espera e à sombra, que o sol e o calor nesta zona eram bastantes, lá arrancamos novamente, em grande velocidade e pelo constante sobe e desce, não muito acentuado desta zona algarvia.









Lá em baixo estava o José António à nossa espera


Corrente a partir... Chama o Viegas!!!

O "Mecânico" após o dever cumprido

Objectivo quase cumprido

Vila do Bispo

Acampamento dos CicloBeatos






Chegando a Vila do Bispo pelas 12.23 horas e após termos realizado este 13º sector da Via Algarviana em 3.06 horas à média de 9,6 km/h, sendo que a rodar realizamos em 2.27 horas à velocidade média de 12,2 km/h.



SECTOR 14


VILA DO BISPO - CABO DE SÃO VICENTE




18,82 km


Subida acumulada: 93 metros


Descida acumulada: 131 metros


NADA PÁRA OS CICLOBEATOS


Eram 12.47 horas quando demos inicio à última etapa da via Algarviana, o sector 14, após termos estados parados 24 minutos para mais umas "bifanas e mines", na localidade de Vila do Bispo, a moral era alta e a sensação de dever cumprido era compartilhada por todos os elementos deste grupo, pelo que este sector seria o de consagração, pelo que foi pedido a todos que não se distanciassem muito, formando e pedalando em grupo compacto e homogéneo, tal e qual fomos durante estes quatro dias que estivemos juntos, pedalamos poucos metros no alcatrão à saída da vila, para entrarmos numa estrada onde se podia rolar bem rápido, porém com alguma pedra e areia, e para ajudar um vento forte, que é uma imagem de marca desta zona, cruzamos a N268, por baixo e pedalamos paralelemente a ela durante alguns quilómetros, o ritmo era forte e tivemos um pequeno engano alguns foram em frente quando tínhamos de entrar num desvio à direita logo a seguir ao carrinhos movidos pelo vento, distraímo-nos a observar esta forma de diversão, e não reparamos no caminho, pedalamos mais um pouco contra o vento e surgiu um aviso de propriedade privada ao qual não ligamos, pois não avistávamos dali qualquer registo de quinta ou casa, pensamos que o aviso fosse apenas para quem geralmente em veículos de todo o terreno não têm respeito por ninguém nem por nada, como tal continuamos o nosso destino.


Nesta zona deve ser o desporto rei


Um pouco mais à frente avistamos uma casa térrea, cercada por alguns postes do que supostamente virá a ser um cercado, mas como o caminho indicava para a frente continuamos, ora para nossa admiração o caminho atravessava exactamente pelo meio do cercado e ao lado da casa, e quando já íamos dentro dele e muito próximo da habitação, fomos interpelados e barrados por um senhor, que possivelmente seria o proprietário e que não nos deixou prosseguir o caminho por ali, e ao mesmo tempo pôs-se a argumentar que já tinha contactado com a Almargem (organização responsável pela Via Algarviana), e que as coordenadas da via teriam de passar por outro lado, nós concordamos com o senhor e não lhe demos qualquer motivo de conversa, recuamos e saímos de dentro do seu cercado, e contornamo-lo por caminho cheio de mato, indo retomar o caminho que atravessava a sua propriedade mais à frente e fora do cercado... Aconteceu que este "simpático" senhor continuo a chamar-nos e a dizer que ali também era terreno dele e que não podíamos atravessar, ao que nós ignoramos e nem sequer lhe dirigimos qualquer palavra, o senhor ainda saiu do cercado e continuou a dizer que não autorizava a passagem, mas nós passamos, não lhe dando resposta nem sequer fazendo qualquer provocação... Posso ainda dizer que sabíamos que não o devíamos ter feito, mas eram apenas menos de dez metros de estrada que queríamos atravessar e este senhor... Embirrou connosco por causa de tão pouco... Compreendemos a sua situação... Deve ser complicado ter uma propriedade e toda a gente passar por dentro dela, mas não temos culpa disso, o caminho já estava traçado e não fomos nós que traçamos, além disso ninguém pára os CicloBeatos.

Deixo desde já aqui uma nota à Almargem para tentar resolver este pequeno problema, que um dia menos mau de uma das partes envolvidas, poderá terminar de alguma forma menos boa... Da nossa parte esteve por um cabelo... Mas a paciência têm limites.
A casa do "Urso"


Depois de termos saído da propriedade do "Urso", continuamos a rolar, passando perto da povoação de Santo António, e chegando cada vez mais perto do oceano, e tendo inclusive pedalado alguns metros, em terrenos que já tínhamos trilhado no passeio de 2009, a velocidade foi sempre uma constante, neste troço apenas, atenuada pela presença de alguma areia em muitas partes do percurso, depois entramos no asfalto e pedalamos até ao Cabo de São Vicente, onde fizemos dois pequenos desvios antes de chegarmos ao farol, primeiro para norte e depois para sul, e que achamos desnecessário a quem faz este trajecto de bicicleta, já que o terreno é repleto de pedras dificultando ou quase impossibilitando o pedalar na bicicleta, apenas bom para os pedestres, depois alinhamos todos na estrada que leva ao farol e em formação tiramos fotos, pois a câmara de filmar estava sem bateria, depois e junto a um indicador do quilómetro zero da Ciclo via do Algarve (Nada têm a ver com a via Algarviana), tiramos mais algumas fotos individuais e abrimos o champanhe, para comemorar o feito conseguido por todos e com a ajuda de todos.







No asfalto a caminho do Cabo de São Vicente




Caminhos a evitar...







O grupo com o projecto quase concluido

Farol do Cabo de São Vicente

Vamos a formar...

Todos fomos uns verdadeiros vencedores

CicloBeatos no objectivo

Champagne!!!...


Belo champagne!!! ... :-)


Acabamos o sector 14, eram 14.43 horas, isto após 2.00 horas, à média de 9,6 km/h, a pedalar foi realizado em 1.40 horas na média de 11,2 km/h.


Nos três sectores de hoje realizamos o total de 77,93 km, em 7.00 horas (tempo total com paragens), subimos 670 metros e descemos 1021 metros.

Após termos festejado intensamente o feito dos CicloBeatos, começamos a arrumar o equipamento pois teriamos de nos deslocar para o local onde iriamos almoçar perto do parque eólico a sul da Praia do Amado, não o chegamos a fazer pois achamos que não deveriamos fazer lume num local com tantas arvóres e no qual poderiamos ser multados, passamos pela Carrapateira, e fomos acender o lume e almoçar um pouco mais a norte da praia da Bordeira, num local proprio para piqueniques.

A
A dificil tarefa de arrumar as bicicletas no atrelado


Local do piquenique perto da Bordeira





Depois do almoço paramos novamente, desta feita para tomar um cafézinho e para observar as vistas locais de Aljezur... E não estavam nada mal não senhor!

Aljezur



Fauna local... ou talvez não...

Despertos após o cafézinho

Eram por volta das 22.30 quando chegamos ao nosso local de partida, Vila Fresca de Azeitão, estavamos bastante fatigados, pois a viagem tinha sido cansativa e longa, descarregamos os equipamentos, e cada qual foi descansar... Todos menos o "desgraçado" do Mário que ainda teve de ir trabalhar para Lisboa.

Chegada a Vila Fresca de Azeitão



E assim terminou mais uma aventura de aniversário dos CicloBeatos, num evento magnífico e que nos levou às profundezas (talvez alturas se adeqúe melhor) do Algarve que ninguém conhece, os montes e montanhas algarvias, numa maravilhosa experiencia de vida que levou alguns a proferir que tínhamos de repetir esta aventura.

Neste evento todos os participantes se superam e ultrapassaram os seus limites, a via Algarviana é para quem esta muito bem preparado física e mentalmente, quem a subestimar, irá pagar no corpo a sua dureza, sendo um percurso feito essencialmente para passeios pedestres, é também "ciclável" em mais de 90%, mas bastante duro para os praticantes de BTT, sei de relatos de quem a tentou ou chegou mesmo a fazer em 3 dias, mas certamente "penaram" muito, e não desfrutaram da beleza que este trajecto pelo interior algarvio nos proporciona, penso e tenho a absoluta certeza de que o ideal para usufruir turisticamente desta via, serão sempre os 5 dias.

No total dos quatro dias em que realizamos a travessia da Via Algarviana, fizemos 309,18 km, no tempo total e com paragens de 37.53 horas, o acumulado de subidas foi de 6296 metros e o de descidas de 6376 metros.
Até para o ano e para o próximo projecto de aniversário, onde iremos realizar o projecto que ficou em 2º lugar na votação deste ano, portanto meus amigos para 2012, o nome da aventura é a seguinte, Beira B - A Alentejo 2012, que consiste em percorremos parte da Beira Baixa e do Alto Alentejo, possivelmente saíndo de Idanha-a-Nova e chegando a Elvas, serpenteando quase sempre junto aos limites politicos de Portugal.




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