domingo, 20 de novembro de 2011

CONVENTOS DE SÃO PAULO


 Situados com uma distância de cerca de 300 m e sensivelmente na mesma elevação da falda da Serra dos Gaiteiros, erguem-se «a noroeste da cidade de Setúbal, na orla do vale verdejante que se estende desde Palmela»(*) e em território já pertencente a este concelho. As razões para a escolha deste lugar de implantação terão sido «a beleza do sítio, a amenidade dos ares, a abundância de água, a abundante vegetação, a fauna e flora paradisíacas e o esplendor de uma desafogada paisagem».

São dois os monumentos em causa:

Antigo Convento de Nossa Senhora da Consolação de Frades da Ordem de São Paulo, de Alferrara
(vulgo Convento de São Paulo; 1383);


Convento de Nossa Senhora da Conceição dos Frades Franciscanos Capuchos de Alferrara (vulgo Convento dos Capuchos de Alferrara; 1578).



CONVENTO DE SÃO PAULO


Este convento já sofreu obras de sustentação, marcando assim o início da intervenção no mesmo. As obras centraram-se na implantação de uma estrutura de protecção das águas da chuva, consolidação da estrutura principal do edifício e cobertura de paredes expostas aos elementos. Toda a envolvente tem sido alvo de regulares intervenções ao nível da limpeza dos terrenos e arranjo dos caminhos. As restantes intervenções necessárias estão dependentes do levantamento topográfico e arquitectónico que está a ser efectuado. Com base nestes levantamentos fundamentar-se-á a necessária intervenção neste edifício.

Acesso
 É feito a partir do vale que antecede a plataforma isolada em que o Convento se situa «através de um íngreme caminho em zigue-zague, suportado por muros de alvenaria contrafortados. Este acesso termina numa esplanada em frente da igreja, com esplêndida vista sobre o Sado e a cidade de Setúbal, delimitado por um muro com assentos de pedra, no qual se vêem alguns vestígios de azulejos policromos, pós-terramoto.» (*)

Igreja
 Com nave rectangular coberta por abóbada de berço que termina no arco triunfal, tendo o chão fragmentos de túmulos; «a capela-mor, menor que a nave, tem igualmente abóbada de berço»; «a frontaria da igreja separa os dois corpos do convento»;

Dois corpos monacais
a) «o mais estreito, onde estavam as celas e dormitórios, do lado direito, com a frontaria mais elevada que a da igreja, está completamente arruinado, em especial o último andar, sem cobertura»;

b) do lado esquerdo da igreja situa-se «o corpo do claustro, com um único andar coberto de terraço»; trata-se de um «belo espaço maneirista que conserva todos os elementos estruturais, muito sóbrios mas bem desenhados, realizado, provavelmente, na segunda metade do século XVII, durante a campanha de obras de 1672 (…). O claustro apresenta três arcos de volta inteira, apoiados em colunas toscanas de calcário (…). Mantém-se o chão de tijoleira, mas desapareceu o rodapé de azulejos das galerias.»

Terraço
«no ângulo noroeste do claustro, uma escada dá acesso ao terraço que cobre as galerias e outras dependências do mesmo corpo.»

Casa de Fresco
«do lado oposto à igreja, conserva-se ainda a alameda de acesso à Fonte Santa.» Ao fundo, escavada na encosta, situa-se a «casa de fresco» da Fonte Santa ― «espaço em forma de gruta artificial totalmente decorada de embrechados, a qual devia ser utilizada pelos eremitas paulistas como local de meditação.» Considera-se esta Fonte Santa «uma das minúsculas mas maiores jóias do património artístico de Palmela».



CONVENTO DOS CAPUCHOS DE ALFERRARA


Apresentado-se mais degradado, também é alvo de sucessivas intervenções na envolvente como o desmatamento e arranjo dos acessos. Está também a ser alvo de um levantamento topográfico e arquitectónico, assim como uma avaliação das necessidades estruturais para se avançar para uma fase de sustentação.

Igreja
«frontaria principal virada a poente e de grande interesse artístico», pois trata-se de «um dos exemplares mais interessantes da aplicação de estuques moldados em exteriores que existe em Portugal», só encontrando paralelos com monumentos situados nos antigos territórios portugueses da Índia; a frontaria está em risco de desabamento; «no vão central, um arco de volta inteira com as pedras rusticadas, e nos laterais remates rectos, apoiados em duas colunas, ao centro, e em duas meias-colunas, nas extremidades»; para além do nártex, «a igreja, resultante da reconstrução de 1639, tem apenas uma nave alongada, vazia, coberta por abóbada de berço de alvenaria estucada, compartimentada por arcos torais assentes numa cornija maneirista simples. (…) O arco triunfal mantém os pilares de cantaria até meia altura e o resto da estrutura, de tijolo, está despido. A capela-mor, quadrada, está igualmente vazia.» Adjacente à capela-mor, virada a nascente, situa-se o que se julga ser o recinto da sacristia, «de secção rectangular, com cobertura de abóbada de berço abatida» e «iluminada por duas janelas»;

Dependências monacais
Ao lado da igreja, na direcção sul, situa-se o edifício conventual; «todo o andar inferior é formado por muros grossos e por abóbadas de berço de robusta alvenaria».
No centro do espaço conventual situa-se o claustro, que possui uma estrutura semelhante à de outros conventos capuchos, «com janelas no andar superior e as aberturas do inferior rematadas por lintel de pedra recto, em vez de arcadas, apoiado nos ábacos de quatro pilares de secção quadrada, nos cantos, e de duas colunas, muito toscas, em cada face.»
Junto do claustro situa-se uma dependência relativamente vasta, que se julga ter sido a sala do Capítulo.
«Próximo da portaria encontra-se outra dependência de construção cuidada, que deveria ter sido o refeitório, refeito em 1712». Como nos restantes espaços, «encontra-se coberto por abóbada de berço abatido, de alvenaria».


(*) Vítor SERRÃO e José MECO, Palmela histórico-artística: um inventário do património artístico concelhio, Lisboa/Palmela, Edições Colibri/Câmara Municipal de Palmela, 2007, p. 277-304. Todas as citações seguintes são retiradas desta fonte que apresenta uma descrição detalhada dos Conventos tanto do ponto de vista histórico como do ponto de vista artístico.

 "texto extraido da página da Quinta de São Paulo (http://quinta.amrs.pt/conventos.html)"



Este domingo pensando eu, que iriam aparecer mais CicloBeatos, tinha preparado um visita aos conventos de São Paulo (Serra dos Gaiteiros), para dar a oportunidade, a todos de conhecerem este local, porém apenas apareceram três elementos, de qualquer forma e apesar de sermos poucos, resolvi fazer este passeio na mesma, pois a partir de agora o estado do tempo será, com certeza, muito mais incerto, e na época de chuvas este local é difícil de transitar...

O amanhecer deste dia para os nossos lados de Azeitão, foi um pouco nublado, e à medida que fomos avançando pelo Vale de Barris, constatamos que uma extensa camada de nevoeiro se abatia sobre os locais baixos das serras.
 
 


Já na serra dos Gaiteiros (concelho de Palmela), na Costa Velha, viramos para a nossa já velha conhecida descida ou subida (depende do ângulo de abordagem) da Giboia, só que desta vez não fomos até à Baixa de Palmela, viramos por um dos aceiros que descem pela encosta que se encontra virada para a Quinta de São Paulo e fomos entrar num carreiro... Sim um carreiro, para pedestres, que contorna os dois conventos.

De notar que isto não é um caminho apropriado para BTT, já que só se consegue andar montado na bicicleta em cerca de 40% do percurso (e já estou a ser muito optimista), sendo a parte final, que termina junto à Arca de Água, a mais entusiasta, pois foi onde andamos cerca de 20% a 25% do trilho, montados nas "bikes", poderá ser um trilho a repetir mas em passeios pedestres... Em BTT "Jamais"(ler com pronuncia francesa).















ATENÇÃO
LOCAIS EM QUE CERTOS CICLOBEATOS TERIAM DIFICULDADES EM PASSAR







ATENÇÃO
LOCAIS EM QUE CERTOS CICLOBEATOS TERIAM DIFICULDADES EM PASSAR









Quanto à visita aos conventos... Se bem que tentamos visita los, deparamos com a entrada fechada com arame, e com placas a avisar a interdição, o que nos impossibilitou o acesso, de frisar que poderíamos ter entrado pelo convento velho, pois não estava vedado, para a próxima e como pedestres, é uma hipótese a ter em conta...

Fomos até à Quinta das Amoreiras e pelo asfalto até à Baixa de Palmela, onde e pela Lagartixa regressamos a estrada do Vale dos Barris, tomamos a direcção de Palmela e regressamos ao percurso do domingo passado, a rota dos Moinhos, pela Serra do Louro, envolta em espesso nevoeiro, que teimava em não levantar e que nos condicionava a observação, da maravilhosa panoramica que normalmente deste local se consegue desfrutar...

Até que no Cabeço das Vacas, deu-se o momento hilariante do dia... Vários Betetistas, encontravam-se no fim deste trilho dos Moinhos, preparando-se para descer para a zona da Casa de Água (caminho normalmente utilizado por todos), quando nós aparecemos em grande velocidade e dizendo... Vamos desaparecer no nevoeiro! Tal e qual Dom Sebastião! (...sim eu sei que na lenda ele iria aparecer...)... E entramos pelo trilho que exploramos a semana passada que é a continuação da velha estrada... Desaparecendo no nevoeiro e de seguida por detras de uns grandes arbustos, onde paramos, poderiamos ouvir as vozes de indignação dos outros ciclistas, questionando-se... Por Ali!? Aqueles foram por ali!? Onde vai dar!? Se calhar ao caí de costas!?

Não não foi ao cai de costas, vai dar ao Pomar, e esta semana tiramos as fotos que faltaram tirar na semana anterior e que revelam que a partir de certo local o caminho é como se vê... Cheio de pedras, e depois uma vertical descida até ao Pomar, com um inicio impossivel de fazer... Mas que depois para os mais técnicos não é nada de outro mundo... de a conquistar montado na "bike".








Regressamos à zona do Marçal que têm sido o nosso "playground" habitual nas últimas voltas, descendo até ao cemitério da Quinta do Anjo, e voltando a subir já nas Cabanas, para voltarmos também ao Cabeço das Torres, desta vez para tirarmos algumas fotos, a este maravilhoso trilho, onde se voltou a provar a maldição dos ciprestes... É que novamente, e após insistência do Hipólito, voltei a tentar tirar uma foto no meio do corredor dos ciprestes... E não é que a foto, apesar de parecer bem tirada, no local... Voltou a não sair bem, ficou desfocada!








 
ATENÇÃO
LOCAIS EM QUE CERTOS CICLOBEATOS TERIAM DIFICULDADES EM PASSAR





ATENÇÃO
LOCAIS EM QUE CERTOS CICLOBEATOS TERIAM DIFICULDADES EM PASSAR







Hoje realizamos cerca de 40 km, com 661 metros de altimetria, para a semana com certeza haverá mais... Quanto aos CicloBeaos que faltaram hoje... Não se preocupem para a semana iremos para locais mais abertos...


2 comentários:

  1. Boas,

    "Jamais"??? Já vi que não gostaste mesmo nada do trilho dos Conventos da Quinta de São Paulo!

    Hoje vamos ter de discordar porque o "carreiro" a que te referes não é assim tão mau como o descreves e não é para uso exclusivamente pedestre. Quando passámos por lá o mês passado o trilho estava bom e nós que não somos propriamente indivíduos muitos habilidosos fomos sempre montados até ao primeiro convento, e só depois disso é que fomos alternando o PéTT com o BTT propriamente dito.

    Na minha opinião a parte inicial e a final são muito boas, sendo que a zona entre os dois conventos, obriga-te realmente a andar um pouco a pé, mas não é nada de transcendental e se não fores sozinho até dá para meteres a conversa em dia.

    Se nos deixarem, em 2012 teremos todo o gosto em lá voltar.

    Pelo que vi das vossas fotos a rede que eu previa que iria ser montada já é uma realidade, mas já foi cortada, ou será que aquela abertura foi deixada assim de propósito? Hummmm...

    Por falar em fotos, há ali uma (DSCN4125) que foi tirada aqui pelo "je" e como já são reincidentes brevemente irão ter de pagar uma multa devido aos direitos de autor ;-)


    PS: Tirar fotos com o "alvo" em movimento junto aos ciprestes do trilho do cabeço das torres não é mesmo nada fácil!!! A focagem é muito complicada e o foco foge quase sempre para a paisagem, eu só tenho duas ou três fotos que saíram em condições!

    Abraço,

    ResponderEliminar
  2. Olá Carlos.

    Eu não disse... Que não tinha gostado do carreiro... Apenas acho que é mais apropriado para caminhadas... Pois encontra-se com bastantes regos e não é facil de por lá andar montado na bicicleta... Ainda por cima com o terreno enlameado como no domingo.

    O nosso representante mais técnico (e olha que ele é quase do trial), também achou o mesmo e andou muito tempo em pébt.

    A minha conclusão sobre se este trilho é ciclável...É que realmente de bicicleta só 1 vez por ano ou menos, quanto a este local que eu já conheço desde muito novo (ia para lá brincar e com a escola nas aulas de Educação fisica), é de facto maravilhoso, pena já não existir a água a correr nas caleiras como antigamente, a qual se podia beber se qualquer receio.

    Quanto à foto "roubada", foi a que melhor achei que serviria para mostrar o convento dos Capuchos (já que não tiramos nenhuma lá dentro)... Parabéns foi uma foto muito bem conseguida e obrigado pela cedencia ;-)

    De qualquer maneira sobre este local posso dizer-te com clareza "I'll be back", mas de bicicleta "Jamais"

    Abraço.

    ResponderEliminar