segunda-feira, 30 de setembro de 2013

SUBIDAS MÍTICAS DO PNA (PARTE V)

Cá está, a quinta parte das subidas míticas do Parque Natural da Arrábida, desta vez, uma na região do Espichel (concelho de Sesimbra), outra na região de Azeitão (Arrábida), e três na zona da Serra de São Luís (Setúbal).

ZIMBROS


A subida escolhida no concelho de Sesimbra, é para nós uma velha conhecida, situa-se no Facho da Azóia, tendo como ponto de referencia a conhecida estalagem dos Zimbros, porém esta ascensão inicia-se, junto ao Casal do Gingão, nos Fornos, bem lá em baixo a cerca de 1.740 metros da N379.
É uma subida boa para os principiantes na modalidade, pois não é muito extensa e também não é muito inclinada, para estes, caso seja necessário fazer paragens, têm sempre como motivo de distracção e descanso, a bonita vista sobre desde a costa da Tramagueira até a Trafaria com o acompanhamento do oceano atlântico.
De qualquer modo é uma subida a meu ver para ser realizada entre o Outono e a Primavera, pois não têm protecções naturais e no Verão poderá ser factor ingrato a sua exposição solar.

Outro dos pontos positivos da zona ou local é a pouca quantidade de cruzamentos com outros ciclistas, no entanto é uma excelente opção ao asfalto, para quem vêm dos Fornos ou do Meco, e quer tomar o rumo dos Pinheirinhos ou mesmo do Espichel.

Para que conste como curiosidade acho... Não tenho a certeza mas acho, que nunca fiz esta estrada, no sentido contrário, o descendente.

Outro dos motivos de interesse ao longo desta subida é a presença de alguns trilhos perpendiculares, ao longo deste "estradão", na sua maioria virgens e que os CicloBeatos já tiveram o prazer e a ousadia de desafiar, com sucesso, não nos arrependendo e até muito pelo contrário com resultados inesperados e muito agradáveis.
Geralmente quem busca com certa dose de ousadia é recompensado, no nosso caso nesta região já o fomos em doses muito generosas, portanto esta ascensão tinha forçosamente de figurar nesta lista.

 38°27'35.76"N

  9° 9'18.38"O



PARQUE CAMPISMO


CicloBeato, Mário se estás a ler estas linhas deves estar a começar a enjoar com inicio desta narração, pois para ti este local é um "Tabu".
Está situada junto ao parque de campismo dos Picheleiros, inicia-se praticamente junto à entrada do acampamento dos escuteiros e estende-se durante 1.320 enfadonhos metros... E só deixa de inclinar junto à entrada poente do trilho do "Chico das Saías".
O inicio é feito em asfalto mas somente durante cerca de 20 metros depois começa a gravilha, que em certas partes do ano é abundante tal a quantidade que colocam na estrada, depois começa a inclinar e quando nós afastamos das imediações da vedação do parque, já vamos com uma certa dose, abundante de inclinação. a seguir a uma curva com cerca de 45º a inclinação suaviza e mais uns metros à frente a estrada alarga porém apesar de não se notar muito... Ainda!... Continuamos a subir, voltamos a dar por isso perto do final junto à "porta" poente do "Chico Saías". Sendo aqui que acaba.

Apesar de monótona é óptima para principiantes, principalmente para treinar o factor psicológico, pois não sendo nada técnica, apenas se pede empenho durante algumas dezenas de metros, na parte em que normalmente se encontra carregada de "brita" por sinal a mais inclinada.
Para nós já foi muito utilizada, porém descobrimos alternativas mais activas e hoje em dia pouco ou nada a utilizamos, porém a descer lá vai sendo de lés a lés.

De facto ó Mário tens mesmo razão é uma seca de subida!

38°29'48.27"N

9° 0'11.06"O



CAPELA SÃO LUÍS


Situa-se na Serra de São Luís, o acesso é feito pela N10, no Alto do Serrador, têm apenas cerca de 710 metros, mas é uma das subidas mais ingratas do Parque, pois a meio é bastante inclinada.
O inicio é gradual e não muito inclinado, porém perto dos 150 metros, após o casario abandonado, inclina-se abruptamente, e estende-se por 170 bastante inclinados metros, sensivelmente até ao cruzamento com o trilho que vêm da estrada do Rego de Água.
Os restantes 300 e tal metros, são a subir agravando o cansaço da fase anterior, no entanto não muito acentuados e de fácil gestão de esforço, até ao final no miradouro da Capela, local privilegiado de observação sob a foz do Sado, e península de Tróia.

Muitos apenas utilizam a sua parte boa, pois optam por aborda-la apenas desde o cruzamento do trilho que falei anteriormente, evitando deste modo os tais 170 penosos metros.
De qualquer modo hoje em dia, esta deve de ser a maneira, de que está subida é mais abordada, pois poucos são os "betetistas" que vêm directamente desde a N10. Porém existe quem venha da Comenda, pela estrada das Oliveirinhas, e a utilize.

É uma subida boa para principiantes, pois a estrada é larga e dá para fazê-la por fases, porém é um teste duro, sobretudo se já trouxerem alguns quilómetros nas pernas, esta é daquelas que não matando, mói um bom bocado.

Como ponto alto e de descompressão aos desgastados pela subida, está a fabulosa vista, que em dias soalheiros, funciona de certeza como um tónico revigorante.

38°31'33.82"N

8°56'6.48"O



REGO DE ÁGUA


Outra subida localizada na Serra de São Luís no lado poente, sendo que o seu acesso se faz pela vertente Sul e pela N10, tal como a anterior, sendo acesso ao local e à quinta com o mesmo nome, acabando perto do acesso a uma das extintas pedreiras nesta caso na vertente Norte, a localizada mais a poente.
Desde a N10 até este local são cerca de 1650 metros, numa subida sempre em constante acentuado, pois começa a cerca de 90 metros de altitude e acaba com cerca de mais 100 metros, aos 190 metros de altitude.

É uma subida muito utilizada por ciclistas, pois dá acesso a vários dos trilhos mais belos da região de Alcube, da Serra de São Luís e do Cabeço do Zimbral.
Como é um vale com acentuados declives abruptos e como também se encontra repleta de vegetação, alguns destes trilhos ainda permanecem quase virgens, existindo até há muito pouco tempo locais em que se notava claramente, que poucos ciclistas por ali tenham passado.

Um bom treino para os principiantes, para treinar o modo subir, em estrada. Para os mais habituados a estas lides pode revelar-se uma subida um pouco monótona pois técnicamente é irrelevante, e não têm desafios.
Geralmente conta com a presença de bastantes praticantes da nossa modalidade de eleição, o que faz com que quem a vai subir, o faça com cuidado redobrado pois a velocidade de quem desce por vezes é supersónica, e pode tornar-se um perigo a quem a trepa calmamente e distraidamente.

38°31'29.75"N

8°56'30.86"O




ALCUBE (ROSMANINHO/CARRASCAL)


Não estando situada propriamente na Serra de São Luís, mas sim nas suas imediações, mais exactamente nas colinas de Alcube. É uma das maiores subidas da zona, sendo que actualmente se realiza na totalidade da sua ascensão em "estradão", bem largo. Há alguns anos atrás, grande parte era feita em "singletrack", sendo que um dos troços, era quase impossível de completar a pedalar. Devido a enorme existência de regos de água. Porém a necessidade de criar acessos, para as viaturas da protecção civil e bombeiros, levou à criação de um largo aceiro. O que de inicio, causou certa apreensão, por parte de alguns dos praticantes da nossa modalidade, pela perda de maravilhosos trilhos. No entanto, alguns anos passados, temos de reconhecer, que o que era composto por vários trilhos, um dos quais, só se descia. Tornou-se num maravilhoso percurso, em que a constante comunhão e envolvência com a natureza, levou a que esta subida fica-se uma das mais belas da região.

A sua extensão desde a estrada 1055, vulgarmente conhecida por rua das Necessidades Velhas, até ao final da subida, perto da Quinta do Carrascal é de 2370 metros.
O inicio é feito em alcatrão, perto da 1055, depois nas imediações do Casal do Rosmaninho, passa a terra batida, o que se mantém até final.
É uma subida boa para todos os tipos e estágios de praticantes de BTT, para os mais experientes é um bom desafio, para os menos habituados a estas andanças poderá ser uma boa lição para entrar no "modo" subir.

Como em quase todos os trilhos da região, existem inúmeros trilhos perpendiculares que por vezes despistam quem tomou como objectivo, concluir a sua ascensão na totalidade.
No Verão e logo pela manhã é uma zona privilegiada a quem quer treinar subidas e necessita de abrigo, e protecção contra os raios solares e as altas temperaturas.
Para mim esta zona é um "Must".

38°31'19.92"N

8°57'59.68"O

sábado, 28 de setembro de 2013

AO SÁBADO COM OS CTT


Este fim de semana, fomos pedalar, fora do nosso dia de conforto, o Mário organizou um passeio para os colegas de trabalho e nós fizemos questão de lhe dar uma ajuda, portanto este Sábado foi dia de CicloBeatos com os CTT.

A concentração ocorreu em São Gonçalo (Cabanas-Palmela), e o passeio iniciou-se por volta das 9.00, com os CicloBeatos, João, Hipólito, Fernando, Mário, Flávio, Renato e o nosso "aspirante" Pedro, no Pelotão. De inicio rumamos à serra de São Francisco com um arranque inicial, algo duro para a maioria dos participantes, onde se a já famosa subida do "zigue zague" (só metade), não fosse suficiente para fazer mossas no pelotão, certamente a ida pela "Toca do Coelho" no sentido ascendente, o fez, pois após a descida do "caí-de-costas", estava feita a primeira baixa no grupo.

Depois do "fio-dental" descemos pelas Oliveirinhas, e já em Terras de Alcube, atalhamos na direcção do casal do Carrascal, novamente muito na vertical, voltando a provocar danos, no grupo, desta vez técnicos, má colocação de mudanças, e consequente, rotura de corrente. Chegados ao alto, dirigi mo nos para a estrada do rego de água, na direcção da Capela , onde o grupo se dividiu, pois o Flávio (guia na cabeça do pelotão), "danadinho" para descer, foi de prego a fundo até à N10, não atalhando pelo trilho da capela, a meio da carismática descida.
Estava feito o desencontro do dia, com o grupo que se encontrava na capela a aguardar um bom bocado pelo outro grupo que teve o castigo de realizar a subida da Capela de São Luís na integra.

Após reunião de todo o grupo na capela, e da "matança do bicho", debaixo de uma insistente chuva miudinha, que nem ao Santo padroeiro do local deu tréguas, lá arrancamos na direcção da quinta da Pena, onde percorremos o curto mas engraçado trilho sobranceiro à propriedade.
Descemos para o Grelhal e mais uma avaria técnica, desta feita, a já normal avaria do nosso amigo João. que nos fez parar mais um pouco junto à estrada Romana do Viso.
Lá arrancamos, e pela Tartaruga, tomamos a direcção dos moinhos da Comua (São Filipe), onde na descida para a Comenda o grupo novamente se dividiu em dois, pois os trilhos de acesso a este local são imensos, e com muita gente e velocidade, o resultado só poderia ser a divisão, porém desta vez, todos os caminhos vão dar à Comenda e não houve desaparecidos.

Logo a seguir a uma pequena reunião entre os CicloBeatos (guias), resolvemos deixar a lama e as terras da Comenda e da sua ribeira, para outra oportunidade, e optamos atalhar pelo Forte de Milregos, até ao Vale da Rasca, e pelo asfalto da N10-4, atingimos a ponte da Rasca onde se registaram mais algumas baixas, de notar que até este local, e desde a Várzea da Comenda, o grupo já ia bem mais compacto e já se esperava um pouco mais, pelos colegas mais atrasados, talvez fruto do cansaço acumulado nos músculos após tanto sobe e desce na Arrábida e velocidade tão forte imprimida de inicio. Prova disso foi a subida do Herman, em que os que andaram sempre em último foram os primeiros a chegar ao topo, com o prémio da montanha (em asfalto) a ir para o amigo, a quem peço desculpa por não saber o nome, mas não me esqueço da "bike", a "Catalina", pois, no trilho da Pena, tive um ligeiro "affair" com a sua oleada corrente.

Pela Califórnia, seguimos para o moinho do Cuco, e inevitavelmente para o trilho da Palhavã, na Bacalhoa, com passagem pelo "escritório", e chegada ao Alto da Necessidades,onde terminaram as hostilidade, pois a partir daqui foi só asfalto, pelas Vendas, aldeia de Pinheiros, e pela N379, chegada ao local de partida, após 833 metros em acumulado de subidas em 31 km, com 1.39 horas (muito tempo), parados, com 3.02 horas, de movimento.
No geral foi um passeio engraçado, um pouco duro inicialmente (À la CicloBeato), para um passeio com muitas pessoas. A meu ver, deveria ter sido feito um inicio gradual, tipo aquecimento. Outro dos senãos foi a insistente chuva miudinha que nós visitou durante alguns momentos do percurso, mas na meteorologia, ninguém manda.
A camaradagem foi excelente, principalmente ao almoço, composto por uma deliciosa Massada de peixe, bem regada a tinto da região.

NOTA IMPORTANTE - O FLÁVIO SÓ BEBEU ÁGUA... Comeu que nem uma besta, mas só bebeu águinha. (foto comprovativa em baixo)
















domingo, 22 de setembro de 2013

À VOLTA DA BAÍA DO SEIXAL


Este Domingo para desenjoar a Serra e os figos, resolvemos ir para a Baía do Seixal, até porque o ar do Mar/Rio (iodo), faz bem aos ossos e eu definitivamente sou dos que estou a necessitar de tonificar os meus.
Voltamos à faina das 7.00, e para o arranque das hostilidades, estavam presentes o Tó (irmão do Hipólito), o Hipólito, o Fernando e o Renato, o local do encontro foi junto ao terminal fluvial do Seixal, para uma volta de 30 km que ia acabar 145 metros a norte do local onde iniciamos... Mas claro está, na outra margem, e na Ponta dos Corvos em Almada, local de entrada da baía do Seixal e que separa estes dois concelhos por esta escassa centena de metros, divididos neste local pelas correntes e marés do rio Tejo.

No lado do Seixal pedalamos bastante tempo quer por Ciclovia, quer por espaço comum onde geralmente os desportistas Seixalenses, desenvolvem as suas capacidades quer de atletismo, caminhada o ciclismo, desde o centro da vila até à Amora, passando pela Arrentela.
E foi já na Amora que tivemos o já por mim previsto, contratempo, de contornar o parque da Atalaia, entramos pela Medideira, pelo lado nascente do campo de futebol, e junto ao rio na direcção dos estaleiros, na esperança de existir passagem para o Talaminho, junto ao Tejo, porém a nossa marcha foi abruptamente interrompida por uma grande matilha de enormes cães que se encontravam junto ao hangar principal do mesmo, só tivemos tempo de inverter rapidamente o sentido da marcha, e toca a pedalar para fora da propriedade privada, que entretanto tínhamos invadido, contornado a vedação e aproveitando o facto da maré estar vazia.

Na esperança de contornar a propriedade da Atalaia, da qual é proprietário o partido comunista português e onde se realiza a já célebre festa do avante, ainda tentámos outro caminho, mas a busca foi infrutífera, assim como a travessia do parque do Serrado, que se encontrava fechado à hora em que por lá passamos.
Tivemos que regressar ao asfalto e contornar pela Quinta da Princesa, até Corroios, local onde voltamos temporariamente ao "Off Road" atalhando pelo viaduto que se encontra inacabado e interdito ao transito, talvez à espera que caía ou algo do género, por não se encontra em grande estado de conservação, sendo mesmo a sua boa construção, posta em causa, por nós, visto daquele prima, ou seja lá em cima dele.

Já no concelho de Almada, mais umas pedaladas pelo Miratejo e desviamos para o objectivo do dia, a Ponta dos Corvos, no concelho de Almada, curiosamente há uns anos atrás cumpri nesta zona, parte do meu serviço militar, fazendo parte da Marinha de Guerra Portuguesa.
Após pedalarmos durante alguns, mas poucos quilómetros em terreno essencialmente arenoso, lá chegámos ao ponto de objectivo, tempo para um ligeiro repouso, e fotos da praxe.
Eis senão quando arrancávamos para regressar à outra margem, que reparei num marco geodésico, que se encontrava por ali bastante disfarçado, já que curiosamente não se encontrava numa elevação, portanto não chamando muita a atenção de quem por ali passa, porém nós CicloBeatos temos olfacto apurado em relação a objectos desta família, e claro está, este também não escapou à nossa fotogenia.

Depois regressamos quase pelos mesmos caminhos, evitando o regresso pela Quinta da Princesa, para não repetirmos caminhos, fomos pelo alcatrão até à Cruz de Pau, contornamos a Amora e regressamos à "Ciclovia" junto à Baía, pedalamos sempre junto ao rio, até as nossas viaturas que se encontravam no terminal dos barcos do Seixal, finalizamos a nossa aventura fluvial pelas 11.00, após 37 km... Com... Até tenho vergonha de proferir estes valores... Para um CicloBeato é claro! É difícil dizer... Que apenas fizemos 185 metros de acumulado em subidas. E foi porque nos enganamos na Medideira e subimos por um caminho junto à Quinta da Atalaia onde tivemos de inverter a marcha, caso contrario se calhar nem chegava aos 100 metros.
Fraquinhos!... Muito fraquinhos...




















domingo, 15 de setembro de 2013

CHINCHADA!...


Hoje no inicio éramos sete, o João, o Hipólito, o Fernando, o Mário, o Flávio, o Renato e o Pedro, num dia em que após vários passeios sem percurso previamente idealizado, voltei à criação da rota a percorrer pelo grupo, numa tentativa de começar a preparação para o difícil desafio do ano que vêm... Nos Montes Herminios. E logo para azar do Pedro, certamente à espera de um passeio bem mais calmo para o dia de hoje. 

Começamos a pedalar pelas 8.00 e lá fomos nós pelo Cuco... Mas antes o furo do dia, na Califórnia, para o Hipólito, a pagar a factura da falta na semana passada.
Depois de um pouco do "sobe-e-desce" antes do "caí-de-costas", refugi amo nos na "Toca do Coelho", descemos depois um pouco do "zigue zague", fazendo a primeira incursão na povoação das Cabanas, voltamos a subir pela rua da Fonte dos Pintos até à Fonte do Sol, onde por um acidentado e "pedregulhado" trilho cheio de regos, já nosso bem conhecido começamos a descida, perante a extasiada presença de um grupo de caminhantes, que incrédulos ainda perguntaram num espantado e admirado sussurro de quem julga que nós estamos enganados, e não é por ali que queremos seguir... Por aí não dá!!!
Porém se por acaso nos tivessem seguido e deparassem o que deparamos uns metros à frente, teriam certamente mordido os chapéus num acto de desespero e questionado se o que estariam a observar faria parte da realidade.
Então não é que a subir ainda passaram três motociclistas nas suas potentes motas exibindo os seus dotes de "Trial", claro está, que se nós tivéssemos motores também o faríamos...
Mais um pouco à frente outra surpresa os meus amigos Alan e Minito, mais um grupo de amigos a tentar subir o que nos descíamos, o que as motas subiram e o que os caminhantes apelidaram... Ai não dá!!! Após breve troca de galhardetes com o nosso grupo e alegres gargalhadas de ambos seguimos os nossos destinos desta vez opostos, mas sempre em busca de ultrapassar barreiras, tabus, limites e padrões.

Voltamos às Cabanas e inspirados por caminhos quase impossíveis, subimos o normalmente (claro que nós não somos normais), feito no sentido descendente, trilho do Cabeço das Torres, já cá em cima fomos contornar os terrenos do Marçal, descendo pelas Torres, até a N379, nas Cabanas, um pouco de asfalto até à Quinta do Anjo e no arenoso local do Bacelo, atravessamos a Quinta dos Franceses, para regressar ao Marçal, desta vez pelo Pinhal. Regressamos em seguida às imediações da Fonte do Sol, onde sensatamente o Mário decidiu voltar, com o já bastante fatigado, Pedro, a casa. Dirigimo nos depois pelo sempre radical "Fio-Dental", de seguida um pouco de estrada dos Barris e descida para o "Frigorífico", onde no final desviamos para o Rosmaninho... Não! Desta vez não subimos, apenas atalhamos até ao Casal da Cruz da Légua.

Atravessada a N10 fomos tentar passar pela Quinta dos Cambalhões, o que não viria a acontecer já que este caminho de acesso à capela de Alcube, se encontra cortado, para nossa pena, alargando a já longa lista de caminhos interditos. Nada que já não soubesse mos, mas pensávamos que a situação se tinha alterado devido a bastante procura da capela, principalmente na época festiva em finais de Junho.
Invertida a marcha contornamos a capela pelo lado poente, pelas ruas do centro da aldeia, fomos até à ribeira da Ajuda, onde após travessia do seu leito seco, eu e o Hipólito quase éramos trucidados, por três indivíduos, que pedalavam lado a lado em alta velocidade e que por pouco não nos atingiram. Uns metros mais à frente também um grupo de praticantes de atletismo se encontrava incrédulo, pois também tinham sido alvo daquela tangente irresponsável que por pouco não nos colheu a todos... Sem dúvida que são atitudes como estas que ajudam a sujar o bom nome da modalidade e de que a pratica. Enfim!...

Já que falei em colheu... Ou por falar em colher!... Desta é que foi!... Figos!... Finalmente avistamos figos. Estes estavam acessíveis e livres, a nossa espera, ia eu a pedalar na cabeça do grupo quando de repente pelo canto do olho esquerdo, avistei a figueira, ali mesmo ao lado do trilho, travei repentinamente atirei a bicicleta para o lado e acerquei me da fonte de tão saborosos furtos que me andam a fazer ougar (acção de salivar ao ver comida) à várias semanas... Ai desta é que não escapam!
Os meus companheiros ou deparem com tamanha desenvoltura da minha parte, não se fizeram rogados e com licença que por aqui me sirvo...
Ainda estávamos envoltos pelas folhas da bendita árvore quando chegaram os atletas com os quais tínhamos cruzado apouco, juntaram-se a nos na busca dos mais maduros e claro, connosco degustaram esta deliciosa fruta da época.

Do resto da volta já nem me interessa falar, pois mais uma vez subimos o Herman... Perdão o Facém, e chegamos ao local da partida, após 34 km, 769 metros de acumulado e desta vez com figos no estômago.
Adoro finais felizes, pena serem poucos, e só às vezes...