quinta-feira, 21 de julho de 2011

CICLOBEATOS NA VIA ALGARVIANA 2011 DIA QUATRO

Dia 4

Domingo dia 12 de Junho de 2011


SECTOR 12


MARMELETE - BENSAFRIM



 
29,01 km


Subida acumulada: 165 metros


Descida acumulada: 535 metros



VIA RÁPIDA


Eram 5 medronhos da manhã... Desculpem! Eram, 5.00 da manhã quando voltamos a dar o toque de alvorada, a que todos corresponderam da mesma forma que nos habituaram nos dias anteriores, apesar da azia ser quase um efeito geral, existiam alguns suspiros matinais, que davam para servir como acendalhas caso fosse necessário fazer lume, mas como de costume, à medida que fomos fazendo a nossa higiene pessoal e arrumando as nossas bagagens no "Beato Móvel" fomos recuperando, e após termos realizado as limpezas no espaço que amavelmente nos foi cedido (pois convém sempre, deixar os locais tal e qual os encontramos), estávamos prontos para arrancar o que aconteceu por volta das 7.08 horas, desta feita todos os ciclistas estavam presentes para a partida facto que persistiu durante o resto das etapas do dia (hoje era dia de todos fazerem o percurso).
Amanhecer violento!...

Prontos para o último dia da aventura

 Esta foi uma etapa quase sem história já que nos limitamos a rolar e quase sempre a descer, no sector que concluímos em tempo recorde, começamos a descida logo à saída de Marmelete e por asfalto, durante cerca de 1 km entrando nos terrenos de que tanto nós adoramos, ou seja, no mato, logo após poucos metros mais um furo no "No Tubes " do nosso amigo Tiago, prontamente resolvido da mesma forma de sempre... Dedos no furo... Rodar a roda e já está...  Passamos entretanto por enormes eucaliptais e também por várias habitações isoladas nos montes que certamente serão pertença de estrangeiros, pois as matriculas dos automóveis que se encontravam às portas assim o indicavam, a seguir à povoação da Romeira foi o constante serpentear pela margem da barragem da bravura e entramos novamente no asfalto onde reencontramos o José António, que desta vez estava munido da máquina de filmar e pronto para nos registar para a posterioridade, e em formação.

A vista desde Marmelete




O "Beato Móvel"
Preparação do sprint...

Tiago e o "No Tubes"


Passagem por uma das várias moradias isoladas nos montes

"On the Road to Bensafrim"


Barragem da Bravura














 Após alguns momentos a rolar no alcatrão, voltamos à terra batida, e sempre em grande velocidade, contornamos a margem norte da barragem da bravura, onde desviamos por um pequeno single-track a subir, onde penso que de certeza, fizemos aqui, metade do acumulado de subidas deste sector, regressando novamente ao asfalto por breves momentos para fazermos parte do filme do Zé António e para a segunda metade do acumulado de subidas da etapa, que totalizou a magnifica soma de 165 metros, seguidamente passamos pela povoação do Pincho, a seguir entramos novamente numa via rápida de terra batida e quase sempre junto à ribeira da corte do bispo, que nos levaria até à primeira paragem do dia em Bensafrim num lavadouro municipal ali existente, com direito à bifaninha e à bela da "mine" fresquinha, e também a lavagem de vista... Pois a poeira nos olhos tinha sido muita nestes dias...

1ª subida em single-track

Vista parcial da barragem da Bravura



2ª subida do dia e última




Monte e respectivo marco geodésico em Bensafrim


As montadas alinhadas a repousar

...Limpeza de vistas empoeiradas...


Igreja de Bensafrim


Local onde devoramos as bifanas e as "mines"

 Eram 9.02 horas e estava feito o primeiro sector do dia, o 12º da Via Algarviana, no que se tornou o sector mais rápido da nossa aventura e que foi realizado em 1.54 horas, a uma média de 15,3 km/h, sendo que em tempo real em movimento foi feito em 1.47 horas e em média de 16,2 km/h.





SECTOR 13

BENSAFRIM - VILA DO BISPO



30 km

Subida acumulada: 412 metros


Descida acumulada: 355 metros


REECONTRO COM AS "OBELHINHAS DO GÓÓGLE"


Em quinze minutos, comemos as bifanas e bebemos as minis, e eram 9.17 horas, quando saímos da localidade onde a Via do Infante acaba, e onde demos inicio à penúltima etapa da Via Algarviana, com a barriguinha cheia e a vista limpinha, ainda andamos um pouco por dentro desta vila algarvia, e pelo asfalto, mas após uma inclinada subida que passou por baixo da A-22 (Via do Infante), entramos novamente nos terrenos que nos sentimos à vontade, entrando num bonito montado de sobreiros, e com o piso a tornar-se um pouco mais mole em alguns locais, chegamos à localidade de Barão de São João, atravessamos a povoação e entramos na mata nacional desta freguesia de Lagos, e logo a subir e de que maneira... Por solo bastante irregular e durante alguns quilómetros, só parando para algumas fotos num alto repleto de turbinas de energia eólica, e com uma vista maravilhosa de onde até conseguíamos avistar a Fóia e a Picota.
Penúltimo objectivo

13º Sector da Via Algarviana

Pedalando pelo montado



Barão de São João



Subida da Mata Nacional de Barão de São João



Ao longe de onde viemos a Fóia e a Picota




O grupo e o sindrome dos marcos geodésicos


Depois descemos muito, e começamos logo a calcular de que certamente iriamos subir mais um pouco, e realmente aconteceu voltamos a subir e por um trilho bem inclinado, curto mas inclinado que nos levou a outro monte repleto de turbinas eólicas, começamos a descer e como não poderia deixar de ser... Tivemos mais um encontro imediato do 7º ou 8º grau, com as nossas amigas, "Obelhinhas do Góógle", e desta vez eram às dezenas e para gaudio da rapaziada mesmo pelo meio da estrada onde íamos a passar, depois de alguns "chega para lá" e sempre com um "olho nas vacas e outro nos vitelos", chegamos à frente da manada, onde um teimoso e quezilento macho, que deveria ter cerca de uma tonelada, teimava em não se desviar, assim que houve espaço para o ultrapassar, zarpamos a "todo o gás dali para fora" pois... Dizem que estes bichinhos não fazem mal... Mas que intimidam... Intimidam e muito, ainda mais a cerca de meio metro ou menos de distancia, que foi como alguns de nós passaram por elas, e houve até quem atalha-se por fora da estrada...
Um dos muitos parques eólicos



Passagem de ribeira e começar a subir





Reecontro com as nossas velhas amigas...




Acho que conheço estes tipos!?



Durante mais alguns quilómetros rolamos a alta velocidade e em alguns locais até por cima de péssimo estado de terreno, passando novamente por outro parque eólico, que são abundantes nesta zona bastante ventosa, começamos a descer e encontramos o "Beato Móvel" junto à EN125, perto da localidade da Raposeira, foi só mesmo o encontro e passagem da nacional 125, no outro lado voltamos a subir um pouco e depois "vai de descer" em grande velocidade no que foi uma constante desta etapa, numa subida e em alcatrão outro percalço desta aventura, a corrente da bicicleta do Mário prendeu-se e teimava em não se soltar, ameaçando partir, chamamos o Viegas, que como sabem era o mecânico de serviço, e após alguns minutos de espera e à sombra, que o sol e o calor nesta zona eram bastantes, lá arrancamos novamente, em grande velocidade e pelo constante sobe e desce, não muito acentuado desta zona algarvia.









Lá em baixo estava o José António à nossa espera





Corrente a partir... Chama o Viegas!!!

O "Mecânico" após o dever cumprido

Objectivo quase cumprido

Vila do Bispo

Acampamento dos CicloBeatos






Chegando a Vila do Bispo pelas 12.23 horas e após termos realizado este 13º sector da Via Algarviana em 3.06 horas à média de 9,6 km/h, sendo que a rodar realizamos em 2.27 horas à velocidade média de 12,2 km/h.



SECTOR 14


VILA DO BISPO - CABO DE SÃO VICENTE




18,82 km


Subida acumulada: 93 metros


Descida acumulada: 131 metros


NADA PÁRA OS CICLOBEATOS


Eram 12.47 horas quando demos inicio à última etapa da via Algarviana, o sector 14, após termos estados parados 24 minutos para mais umas "bifanas e mines", na localidade de Vila do Bispo, a moral era alta e a sensação de dever cumprido era compartilhada por todos os elementos deste grupo, pelo que este sector seria o de consagração, pelo que foi pedido a todos que não se distanciassem muito, formando e pedalando em grupo compacto e homogéneo, tal e qual fomos durante estes quatro dias que estivemos juntos, pedalamos poucos metros no alcatrão à saída da vila, para entrarmos numa estrada onde se podia rolar bem rápido, porém com alguma pedra e areia, e para ajudar um vento forte, que é uma imagem de marca desta zona, cruzamos a N268, por baixo e pedalamos paralelemente a ela durante alguns quilómetros, o ritmo era forte e tivemos um pequeno engano alguns foram em frente quando tínhamos de entrar num desvio à direita logo a seguir ao carrinhos movidos pelo vento, distraímo-nos a observar esta forma de diversão, e não reparamos no caminho, pedalamos mais um pouco contra o vento e surgiu um aviso de propriedade privada ao qual não ligamos, pois não avistávamos dali qualquer registo de quinta ou casa, pensamos que o aviso fosse apenas para quem geralmente em veículos de todo o terreno não têm respeito por ninguém nem por nada, como tal continuamos o nosso destino.


Nesta zona deve ser o desporto rei


Um pouco mais à frente avistamos uma casa térrea, cercada por alguns postes do que supostamente virá a ser um cercado, mas como o caminho indicava para a frente continuamos, ora para nossa admiração o caminho atravessava exactamente pelo meio do cercado e ao lado da casa, e quando já íamos dentro dele e muito próximo da habitação, fomos interpelados e barrados por um senhor, que possivelmente seria o proprietário e que não nos deixou prosseguir o caminho por ali, e ao mesmo tempo pôs-se a argumentar que já tinha contactado com a Almargem (organização responsável pela Via Algarviana), e que as coordenadas da via teriam de passar por outro lado, nós concordamos com o senhor e não lhe demos qualquer motivo de conversa, recuamos e saímos de dentro do seu cercado, e contornamo-lo por caminho cheio de mato, indo retomar o caminho que atravessava a sua propriedade mais à frente e fora do cercado... Aconteceu que este "simpático" senhor continuo a chamar-nos e a dizer que ali também era terreno dele e que não podíamos atravessar, ao que nós ignoramos e nem sequer lhe dirigimos qualquer palavra, o senhor ainda saiu do cercado e continuou a dizer que não autorizava a passagem, mas nós passamos, não lhe dando resposta nem sequer fazendo qualquer provocação... Posso ainda dizer que sabíamos que não o devíamos ter feito, mas eram apenas menos de dez metros de estrada que queríamos atravessar e este senhor... Embirrou connosco por causa de tão pouco... Compreendemos a sua situação... Deve ser complicado ter uma propriedade e toda a gente passar por dentro dela, mas não temos culpa disso, o caminho já estava traçado e não fomos nós que traçamos, além disso ninguém pára os CicloBeatos.

Deixo desde já aqui uma nota à Almargem para tentar resolver este pequeno problema, que um dia menos mau de uma das partes envolvidas, poderá terminar de alguma forma menos boa... Da nossa parte esteve por um cabelo... Mas a paciência têm limites.
A casa do "Urso"


Depois de termos saído da propriedade do "Urso", continuamos a rolar, passando perto da povoação de Santo António, e chegando cada vez mais perto do oceano, e tendo inclusive pedalado alguns metros, em terrenos que já tínhamos trilhado no passeio de 2009, a velocidade foi sempre uma constante, neste troço apenas, atenuada pela presença de alguma areia em muitas partes do percurso, depois entramos no asfalto e pedalamos até ao Cabo de São Vicente, onde fizemos dois pequenos desvios antes de chegarmos ao farol, primeiro para norte e depois para sul, e que achamos desnecessário a quem faz este trajecto de bicicleta, já que o terreno é repleto de pedras dificultando ou quase impossibilitando o pedalar na bicicleta, apenas bom para os pedestres, depois alinhamos todos na estrada que leva ao farol e em formação tiramos fotos, pois a câmara de filmar estava sem bateria, depois e junto a um indicador do quilómetro zero da Ciclo via do Algarve (Nada têm a ver com a via Algarviana), tiramos mais algumas fotos individuais e abrimos o champanhe, para comemorar o feito conseguido por todos e com a ajuda de todos.




 





No asfalto a caminho do Cabo de São Vicente




Caminhos a evitar...








O grupo com o projecto quase concluido

Farol do Cabo de São Vicente

Vamos a formar...

Todos fomos uns verdadeiros vencedores

CicloBeatos no objectivo

Champagne!!!...


Belo champagne!!! ... :-)


Acabamos o sector 14, eram 14.43 horas, isto após 2.00 horas, à média de 9,6 km/h, a pedalar foi realizado em 1.40 horas na média de 11,2 km/h.


Nos três sectores de hoje realizamos o total de 77,93 km, em 7.00 horas (tempo total com paragens), subimos 670 metros e descemos 1021 metros.

 Após termos festejado intensamente o feito dos CicloBeatos, começamos a arrumar o equipamento pois teriamos de nos deslocar para o local onde iriamos almoçar perto do parque eólico a sul da Praia do Amado, não o chegamos a fazer pois achamos que não deveriamos fazer lume num local com tantas arvóres e no qual poderiamos ser multados, passamos pela Carrapateira, e fomos acender o lume e almoçar um pouco mais a norte da praia da Bordeira, num local proprio para piqueniques.

A
A dificil tarefa de arrumar as bicicletas no atrelado


Local do piquenique perto da Bordeira





Depois do almoço paramos novamente, desta feita para tomar um cafézinho e para observar as vistas locais de Aljezur... E não estavam nada mal não senhor!

Aljezur



Fauna local... ou talvez não...

Despertos após o cafézinho

Eram por volta das 22.30 quando chegamos ao nosso local de partida, Vila Fresca de Azeitão, estavamos bastante fatigados, pois a viagem tinha sido cansativa e longa, descarregamos os equipamentos, e cada qual foi descansar... Todos menos o "desgraçado" do Mário que ainda teve de ir trabalhar para Lisboa.

Chegada a Vila Fresca de Azeitão



E assim terminou mais uma aventura de aniversário dos CicloBeatos, num evento magnífico e que nos levou às profundezas (talvez alturas se adeqúe melhor) do Algarve que ninguém conhece, os montes e montanhas algarvias, numa maravilhosa experiencia de vida que levou alguns a proferir que tínhamos de repetir esta aventura.

Neste evento todos os participantes se superam e ultrapassaram os seus limites, a via Algarviana é para quem esta muito bem preparado física e mentalmente, quem a subestimar, irá pagar no corpo a sua dureza, sendo um percurso feito essencialmente para passeios pedestres, é também "ciclável" em mais de 90%, mas bastante duro para os praticantes de BTT, sei de relatos de quem a tentou ou chegou mesmo a fazer em 3 dias, mas certamente "penaram" muito, e não desfrutaram da beleza que este trajecto pelo interior algarvio nos proporciona, penso e tenho a absoluta certeza de que o ideal para usufruir turisticamente desta via, serão sempre os 5 dias.

No total dos quatro dias em que realizamos a travessia da Via Algarviana, fizemos 309,18 km, no tempo total e com paragens de 37.53 horas, o acumulado de subidas foi de 6296 metros e o de descidas de 6376 metros.
Até para o ano e para o próximo projecto de aniversário, onde iremos realizar o projecto que ficou em 2º lugar na votação deste ano, portanto meus amigos para 2012, o nome da aventura é a seguinte, Beira B - A Alentejo 2012, que consiste em percorremos parte da Beira Baixa e do Alto Alentejo, possivelmente saíndo de Idanha-a-Nova e chegando a Elvas, serpenteando quase sempre junto aos limites politicos de Portugal.


4 comentários:

  1. Assim está bem!! O final que todos esperávamos!

    Parabéns a todos vós!

    Abraço!

    ResponderEliminar
  2. Olá Carlos

    Obrigado pelo apoio e pela paciência...

    Abraço

    ResponderEliminar
  3. Muito Bem....
    Se me permitem apenas alguns comentários

    i)como ainda não temos a Go-Pro vamos ficando com as imagens captadas pela Mário-pro!!! com algunas peripécias durante estas filmagens, já que uma mão vai no guiador e outra na Sony.

    ii)nas imagens captadas pelo Zé António reparem no barulho de fundo, falamos tanto quanto pedalamos!!!

    iii)o "Urso" fez-nos riscar os cromados todos, pode ser que tenha menos sorte com outros grupos.

    ResponderEliminar
  4. E olha que a Mário-Pró grava muito bem! O problema é mesmo ainda não teres inventado uma "engenhoca" para a amarrar à bike.

    Abraço,

    ResponderEliminar