domingo, 1 de dezembro de 2013

SETE CAMINHOS GELADOS


Apareceram para pedalar, três CicloBeatos, o Hipólito, o Fernando e o Renato, num dia em que o frio fez-se sentir de tal forma, que tentava-mos aquecer cada vez que éramos atingidos pelos raios de sol.
Por unanimidade escolhemos fugir das sombrias e geladas serras da nossa zona, onde certamente teríamos sido transformados em blocos de gelo. Portanto fomos para os lados de Sesimbra na esperança de dar algum conforto aos nossos húmidos ossos.

Com um novo traçado em manga, lá fomos nós, por alguns trilhos clássicos, da zona, com tempo até, para umas saudáveis gargalhadas (com respeito), quando nos cruzamos com um pastor e seu rebanho... Que nos queria colocar a fazer algo para aquecer... Pois segundo o individuo não fazemos nada de produtivo e só andamos a comer o que os outros criam... Desabafos certos... Ou quase, em tempos de crise e onde a brincar, a brincar, e gargalhadas moderadas à parte, se repara no descontentamento do povo, o qual só se dá, a real relevância, se nos desviarmos um pouco do nosso circulo de conforto, mergulhando em locais quase remotos e onde a sabedoria popular é uma referência assertiva.

Chegados ao ponto de retorno da volta de hoje, perto da Fonte dos Carvalhos, estava guardado o momento alto do dia, com a procura de um trilho que normalmente é feito a descer... E digo normalmente porque os CicloBeatos nunca o tinham descoberto e realizado.
Caminho encontrado. Começou a epopeia "à lá Ciclobeato", com o trio a subir pelo inclinado trilho repleto de obstáculos (regos e pedras), e o habitual cruzar com outros "betetistas" no sentido contrário... A admirarem-se e a interrogarem-se... Porque diabo, estes "gajos" andam ao contrário de nós!?... 
Desta vez, foram os nossos "patrícios" do BTT Azeitão, que em tímido conselho... Ou talvez não... Nos diziam que ali, era para baixo. 
Querem ver agora, que depois das "novas" regras para ciclistas no código da estrada, também nos querem impor sentidos de ascender e descender, em trilhos de zonas remotas e de acesso quase exclusivo a amantes da natureza e de locais pouco profanados. Será esta a próxima regra a favor dos civilizados ciclistas!?
Espero bem que não, caso contrário deixo de fazer o que tanto gosto.

Como o dia estava soalheiro e já se suportava melhor o "calor" matinal, fomos na direcção do planalto do Risco, derivando para as antigas pedreiras, que hoje servem de varandas para o Atlântico, e que são sempre motivo de demorada e apreciada contemplação. Já com a volta, em estado avançado, regressamos ao ponto de partida, utilizando o trilho do desembargador, onde medimos "abdomens" num local, que já começa a ficar famoso por controlar a nossa dieta alimentar.
E que a avaliar pelas marcas num dos lados do medidor, qualquer dia deixa de estar em funções. "Civilizadamente"...

Após 40 km, com 815 metros de altimetria, chegámos ao local de partida, depois de mais uma aventura, em terras de Sesimbra, pelo Monte dos Sete Caminhos, numa manhã marcada por este iluminado número, que a avaliar pela nossa resistência as baixas temperaturas registadas, também nos deu sete vidas, tal como dizem que possuem, os primeiros transeuntes com que nós cruzamos, pelas primeiras investidas do sol  pela manhã.























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