domingo, 26 de maio de 2013

PERDIDOS E ACHADOS


Hoje os protagonistas da volta foram o Fernando, o Mário e o Flávio, que arrancaram pelas 8.15 do local do costume, se bem que aos dois últimos que mencionei, a vontade tardou em chegar pois foi quase necessário uma grua para os levantar das confortáveis cadeiras, da esplanada do café... Tal a vontade dos rapazes.

Lá arranquei sozinho, e um pouco antes da primeira subida lá chegaram os restantes participantes do dia. Fomos até ao alto da Madalena, em jeito de aquecimento e depois descemos até à zona do Parque de Campismo, onde começamos a árdua e longa subida que o Mário não aprecia muito, pois a brincar, a brincar... Ainda são 1320 metros, nesta permanente elevação, que não mata, mas moí, desde o Campismo dos Picheleiros até à entrada Sul do trilho do Chico-das-Saías.

Nos Casais da Serra, fomos pela estrada dos Casais de Calhariz, e começamos outra vez a subir contornando o casal dos Cruzados, entrando em terrenos da Coutada Velha, chegando rapidamente aos "Pedregulhos" onde se inicia a mítica subida da Pedreira Sul, mais à frente e após transpormos a segunda barreira de pedregulhos, continuámos a subir e a prepararmo-nos mentalmente para atacar os inclinados 200 metros finais, numa subida que eu considero a mais difícil de transpor com sucesso, na nossa região, pois as dificuldades são imensas, senão vejamos... Inclinação bem superior a 20%, piso instável, pois é composto por brita que em alguns sítios está solta, tornado o resvalar e perda de controlo inevitáveis, o vento que por vezes no local está mais acentuado do que o normal também em nada ajuda, hoje não foi o caso e até estava pelas costas. Conclusão só o "Mr. Técnica" subiu com sucesso, os outros dois "Pesos Pesados" afundaram-se logo no início no "patinar" do calhau.

Em terras da Achada, fomos ao encontro do curioso marco geodésico e depois o regresso à marcação da milha marítima, ambos situados no cimo do cabo de Ares, em local que há já muito tempo não visitávamos, e que é sempre uma bela razão para inesquecíveis momentos fotográficos.
Fartos de pedalar nos calhaus, resolvemos andar um grande bocado em PéBT, e dar alivio às pernas e costas, só voltando às montadas na radical descida da falésia da Achada para a Meia Velha, entrando na estrada do Facho de Santana, e abandonando as belas paragens da Achada. Nome curioso e que me levou como sempre, à incessante busca de conhecimento. Classificando a explicação que encontrei, um pouco questionável em relação ao local, mas que partilho convosco, na esperança de ser elucidado sobre os factos e comparações com tão magnificas paragens, senão apreciem...

Achada (do latim ad planata) é um termo que designa um planalto de origem vulcânica.

As achadas são geralmente formadas quando a lava escorrida de um vulcão entra em contacto com a água do mar, formando assim um planalto numa zona costeira. Por vezes, esses planaltos originariamente extensos, subdividem-se em vários outros, quando a acção erosiva de cursos de água cria vales que separam as novas achadas assim formadas. O nome achada também é dado a zonas planas situadas entre elevações de origem vulcânica.

Como topónimo, a palavra Achada é frequente na Macaronésia lusófona. No entanto, a ausência dessa palavra em topónimos atribuídos mais recentemente, deixa especular que a palavra achada caiu em desuso na língua portuguesa, talvez no séc. XVIII.

Voltando ao relato do dia e já em terrenos do Facho de Santana, resolvemos abortar a volta até então planeada por mim, retornado maioritariamente por asfalto, até que alguém se lembrou de nos enfiar (risos...) nas areias da Charneca Grande do Alto das Vinhas, na tentativa de transpor a Vala Real nas Alvarengas, passando para a Quinta dos Arcos, só que o local encontra-se em obras, e o caminho onde se passa a vala com sucesso a vau, e onde já outrora passámos, encontra-se bloqueado no inicio por uma construção, de qualquer modo também julgo ser uma má opção, pois são terrenos bastante arenosos e nesta época do ano já se sabe... Depois também ninguém por lá passa e a vegetação selvagem esconde qualquer ténue vestígio de trilho.
De facto existem muitos caminhos por este Parque Natural, muitos dos quais ainda não conhecemos, mas também posso com certeza afirmar que são pequenos apêndices ou opções que como a de hoje pouco ou nada acrescentam à nossa felicidade... Claro está que todos alinhamos e concordamos com o pesquisar e a escolha do caminhos que percorremos em grupo, mas em alguns casos, leva-me a parafrasear um conhecido diácono nacional... Meus senhores... Não havia necessidade!

A partir deste local em que nos encontrávamos... Quase.... Quase perdidos!
Perdemo-nos mesmo, já que em asfalto o pequeno grupo, dividiu-se e até hoje não sei do paradeiro dos meus outros dois colegas de passeio, ainda esperei vários minutos junto à Quinta do Escuro...
Mas continuou tudo sem mudar de tom e os restantes dois não apareceram, a única coisa que está clara para mim, é que certamente voltaram para onde não queriam sair de manhã... Para os bancos da esplanada, neste caso no café dos Arcos.

Eram cerca das 12.00, quando finalizei a volta, após 33 km com 625 metros de acumulado em subidas.




















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