quarta-feira, 5 de junho de 2013

SUBIDAS MÍTICAS DO PNA (PARTE I)

Quem gosta de BTT, certamente sabe o prazer que dá, o de chegar ao fim de uma boa subida... Por vezes é como o sentir do dever comprido, e na maior parte delas o troféu obtido, é o de simplesmente gozar de uma visão colossal sobre uma vasta área, que permanecendo em curvas de nível inferior, era quase impossível de desfrutar. Na maior parte das vezes em que se sobe, o esforço é recompensado.
 É a pensar em quem gosta de o fazer, que dedico inteiramente a primeira de seis partes, que irei publicar, sobre as subidas míticas do Parque Natural da Arrábida e arredores.
Faço notar que a ordem da publicação é aleatória, e não obedece nem segue nenhum critério de eleição, também em jeito de desafio aos leitores, gostaria que me indicassem no fim das seis publicações, quais as que faltam e que também deveriam entrar nesta enumeração.
Deixo-vos então com as primeiras cinco subidas... Bom esforço e desfrutem!


CAÍ-DE-COSTAS



Situada no lado Nascente da Serra de São Francisco, inicia-se no cruzamento do Moinho da Fonte do Sol, e é local de forte concentração dos amantes da modalidade, pois neste local, concentram-se três excelentes "spots" para a pratica do nosso desporto, os outros dois motivos, são a subida da Portela, e a descida radical do fio-dental.
Talvez seja a subida com maior mística do parque, não pela sua extensão, pois apenas têm cerca de 190 metros, mas pela sua extrema inclinação, especialmente em cerca de 60 metros, em que para a conquistar é necessário aliar a força, à técnica, levando a colocar todo o peso do corpo sobre o eixo dianteiro, de forma evitar fazer jus ao nome. Um dos truques para ultrapassar este obstáculo vertical, é chegar o mais possível ao lado esquerdo, pois do centro para a direita o resvalar é quase certo.
Outra das adversidades é a constante mudança de piso, que é de origem rochosa, mas que a mão humana teima em deitar brita, no local, tornando portanto muitas vezes a ascensão muito mais complicada aos "betetistas", uma coisa neste local é certa!... Quem não se chegar à frente... Caí-de-costas!

38°32'58.11"N

  8°57'41.06"O





PEDREIRAS SUL



Situa-se em pleno parque natural, é uma das "pedras no sapato" desta maravilhosa reserva natural, a Pedreira, situada entre as terras da Coutada Velha e da Achada, na localidade denominada por Pedreiras. Este é o maior local de extracção de pedra da região, no "Google Earth", pode-se avistar facilmente, tal a sua enorme área, para quem a visita, principalmente aos fins de semana, dá a sensação que está numa paisagem lunar, tal a imponência e aridez do local, posso afirmar que grande parte da obras da área metropolitana de Lisboa e Setúbal, tiraram matéria prima deste local.
A subida propriamente dita inicia-se no lado Norte, contorna o lado Nascente e acaba  praticamente a Sul da Pedreira, estendendo-se por cerca de 1.650 metros, no que se pode quase considerar uma ascensão com duas etapas. A primeira etapa inicia-se junto aos "pedregulhos" (na Coutada Velha), numa subida longa que se vai acentuando à medida que os metros avançam, e que castiga um pouco para a abordagem final ou segunda etapa, onde nos últimos 200 metros, a comparação com o Caí-de-costas é inevitável, têm inclinação e piso algo semelhantes, se bem que aqui exista menos tracção, pois a brita existente neste local é obra da natureza e permanente, também a percentagem elevada da inclinação mantêm-se durante muitos mais metros, particularmente, acho esta de nível de dificuldade mais elevado que a anterior.

Desde os pedregulhos :

 38°27'21.48"N

   9° 3'27.39"O

Final :

 38°26'43.26"N

  9° 3'23.44"O





FIM DO MUNDO


Nos arredores de Vila Fresca de Azeitão, a Norte, perto do alto do Cuco e do moinho com o mesmo nome, existe um local que ao que se diz, há muitos anos atrás, começou a ser apelidado de Fim do Mundo, certamente porque ficava longe da localidade mais próxima, acabava num promontório, e dali para a frente só existia a inclinada falésia, e só se avistava floresta e a Serra da Arrábida, o nome assentava como uma luva, e foi ficando até hoje, até talvez durante alguns anos tenha deixado de ser pronunciado, depois veio o "BTT" e voltou à ribalta.
Porém também já foi certamente chamada de Rampa, pois existe uma quinta com esse nome a meio da subida, de qualquer modo o inicio situa-se na Portela da Sardinha, agora há pouco tempo até têm direito a placa, com o nome, junto à primeira curva, estende-se por 650 metros, acabando junto ao Casal dos Cortiço.
O inicio começa com algumas curvas, sendo que a última se encontra bastante danificada, cheia de regos de água, e entulho de obras, que se prolongam até à entrada da Quinta da Rampa, é uma subida com muita inclinação, e quando é feita nos dias de sol e calor, tem pouco onde nos podemos abrigar para temperar o esforço. Uma das características únicas do local é a possibilidade de se puder optar, por três finais diferentes rumo ao Casal dos Cortiços, o mais óbvio é o do trilho original, porém já existem muitos a subir pelo trilho intermédio, mais vertical e bastante técnico, pois têm regos de água e raízes.
Quanto à terceira opção ainda não vi ninguém a subir... Mas ela está lá, faz parte do "aceiro" que vêm da Portela da Sardinha, e têm 80 metros de comprimento, regos, raízes e certamente muito mais de 20% de inclinação... Quem já tentou!? Certamente será o Fim do Mundo!

 38°30'40.47"N

   8°59'34.51"O




ESCUDEIRA


Situada entre o Vale de Barris e a Serra de São Luís, inicia-se junto à ponte da ribeira de Corva e estende-se durante 700 metros, muito inclinados, passando a meio da subida e a Poente pela capela que dá nome à subida, e terminando junto ao Moinho da Páscoa.
Não sendo uma subida técnica, é de dificuldade elevada já que a partir do meio, empina mais um pouco mantendo-se em inclinado até bem perto do final, de notar que em dias de sol forte e calor, redobra a dificuldade pois encontra-se bem exposta ao astro rei, praticamente sem abrigos o que a torna um osso duro de roer. Aconselhas-se nesses dias a sua subida bem perto da alvorada ou de preferência ao entardecer.
Muito utilizada no sentido descendente, pois a sua extensão e qualidade de piso, dão a quem gosta de descer, uma radical sensação de "ultimate rush", porém acontecem por ali vários acidentes, devido às características que anteriormente mencionei.

Capela da Escudeira

Localizada na vertente a norte da Serra de São Luís (Vale dos Barris), de invocação a N.ª Senhora da Conceição, data a sua fundação a meados do séc. XVIII.


Relacionada com este culto mantém-se a romaria anual de Nossa Senhora da Conceição da Escudeira, que tem lugar no fim-de-semana mais próximo à data de 15 de Agosto. 

Observações: Propriedade privada.

 38°33'0.10"N

  8°55'49.92"O




COBRA 


A subida propriamente dita inicia-se na localidade da Baixa de Palmela e estende-se durante aproximadamente 1970 metros, contabilizando o somatório da Estrada da Cobra (terra batida) mais a Rua Afonso de Albuquerque (asfalto), acabando na Vila "altaneira" de Palmela, e no cruzamento com a Rua Hermenegildo Capelo.
Não sendo uma subida de dificuldade elevada, até pelo contrário, tinha de constar nesta lista de ascenções míticas, pois não existe praticamente nenhum "betetista" na região, que não a conheça ou não tenha ouvido falar dela.
Para mim é das subidas mais monótonas do Parque, pois é extensa, nada técnica (não dá pica!), o solo é bastante irregular, cheio de sulcos, que impedem o rolar com ritmo constante; nos dias de calor ou pouca chuva a poeira levantada pelos inúmeros veículos com motor, que a utilizam para atalhar quilómetros, tornam-a um destino a evitar. Como excelentes motivos de interesse, têm a deslumbrante vista, sobre o Vale de Barris, a cidade de Setúbal e o Estuário do Sado e Península de Tróia, e claro está, que não podemos ficar alheios à constante companhia do "altaneiro" castelo de Palmela, que para "desenjoar" fornece a quem a sobe, um tónico revigorante de incentivo.
É aconselhada aos principiantes na modalidade, e iniciantes no "modo" subir...

 38°33'32.61"N

  8°53'50.73"O



CONTINUA...

(BREVEMENTE A PARTE II)

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